Podias ser o cigarro ultra-longo
que arde até queimar os dedos
podias ser o ar do ditongo
que aquece por dentro os segredos
podias ser o baque que esmaga
o olhar obsceno que assanha
o toque de anca que alaga
a unha diamante que arranha
serias o meu livro de areia
que traz a Maomé a montanha
a linha de vida que enleia
como na estratégia da aranha
serias o objecto perdido
que me faz sentir sempre pobre
o fio de Ariane escondido
cuja ponta o amor descobre
podias ser a vela cansada
o dia que eu apenas pressinto
podias ser a cera dourada
à espera no fim do labirinto.
Fio de Ariane, Clã
2 comentários:
Oi moça do labirinto. Je suis Roberta, descobri seu blog hoje, 01/05, no meu primeiro dia de Paris (amanhã será o último) e achei muita coincidência encontrar alguém que mora/está em Paris hoje, justo hoje. Eu moro no Brasil e gostaria de passar um tempo aqui em Paris, mas eu não tenho a menor idéia de como fazer isso. Não sei se vc tem saco pra esse bando de desocupado que deve te pentelhar com isso, mas se tiver, me escreve (atrebor@hotmail.com), s'il vous plaît. Obrigada e um abraço.
Adorei essa letra e adoro os Clã. Tenho até um CD de priscas eras. :-)
Tudo bem contigo, moça?
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