28/02/2008

Na cidade onde moro passa um rio. Ja não é como aqueles rios que conheci quando criança. Este é um rio urbano, civilizado. As margens do rio não tocam praias de areia, esse rio toca o concreto.
Não ha canoas, não ha pirogas, não ha barquinhos. O que cruza esse rio são criaturas imensas, que deslizam nessas aguas turvas levando gente e coisa que se transformam em dinheiro. Esse rio nem cheiro de rio têm. A noite não vejo a lua refletida na agua, esse rio ja não têm poesia.
Mas esse é o rio que vejo a cada dia, que cruzo com paciência olhando sempre para baixo, buscando um sinal de vida, um peixe quem sabe, porque esse é o rio da minha cidade e nele deponho a minha esperança de redenção.

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