29/11/2007



Imagem Colette Calascione
Si los pesados, mi amor
llevan todo ese monton
de equipaje en la mano
oh, mi amor, yo quiero
estar liviano!
Charlie Garcia
São nove da noite, estou cansada, quero dormir mas também não quero abandonar esse blog às moscas.
Trabalhei feito uma escrava, esta fazendo um frio horroroso, detesto o frio, fico triste, preciso da claridade do sol, este tempo tão cinza é de uma tristeza inominavel, minha casa esta mofando, eu estou mofando.
Não tenho ânimo nem para ler meus emails, menos ainda para estar aqui escrevendo, mas estou, porque esse blog começa a se transformar numa quase dependência, sou adicta do meu blog.
Fico buscando coisas interesssantes para pôr aqui e me esqueço que este espaço é meu, posso repetir indefinidamente a mesma palavra se tiver vontade, posso passar uma semana postando citações do Paulo Coelho (credo!), posso até escrever sobre a cor do meu cabelo, so diz respeito a mim, é o meu espaço.
Mas hoje nem para isso tenho muita força, vou dormir, amanhã quem sabe ou mais provavelmente no domingo, saira alguma coisa util nesta pagina virtual.
Boa noite a todos.

26/11/2007

Baudelaire

(...)A musseline chove abundantemente frente às janelas e frente à cama: ela se expande em cascatas nevadas.
Nesta cama esta deitada a Idola , a soberana dos sonhos. Mas como é que ela esta aqui? Quem a trouxe? Que poder magico a instalou neste trono de devaneios e volupia? O que importa? Esta aqui! Eu a reconheço.
São de fato, estes olhos cuja chama atravessa o crepusculo, estes sutis e terriveis olhinhos, que reconheço por sua assustadora malicia! Eles atraem, subjugam, devoram o olhar do imprudente que os contempla. Com frequência as estudei, estas estrelas negras que clamam por curiosidade e admiração.
A que demônio benévolo devo o estar assim rodeado de mistério, de silêncio, de paz e de perfumes? Oh, beatitude! O que geralmente denominamos vida, mesmo em sua expansão mais feliz, nada tem em comum com esta vida suprema da geral tenho ciência agora, e que saboreio minuto a minuto, segundo a segundo!
Não, ja não existem segundos! O tempo desapareceu; é a Eternidade que reina, uma eternidade de delicias. (...)

O quarto duplo
Pequenos Poemas em Prosa
Charles Baudelaire

24/11/2007

Musicas ou a incapacidade de coloca-las por aqui

Eu queria tanto colocar umas musiquinhas neste blog, tenho bom gosto, juro! Bom, nem sempre.
Confesso que tenho uma certa tendência brega hispânica mas prometo compensar com coisas serias e de indiscutivel bom gosto musical.
Por favor, se alguém souber como postar musica e videos do youtube no blog, please, per favore, s'il te plaît, por favor, me avisem!

23/11/2007

Bom fim de semana para todo mundo


Mulheres, religião, repressão e relativismo cultural

Passeando pela net, visitando alguns blogs que gosto muito e onde dou uma passada quase diariamente para saber se ha algo novo, deparei com uma discussão sobre o véu muçulmano.
Discussão que seria muito interessante se as debatedoras tivessem se apoiado somente em fatos e não se deixassem levar por lendas ou pela opinião do "arabe com quem namoro ou com quem saio". Mas claro que também houveram exceções e foram so essas exceções que me fizeram ler os comentarios.
O que me chamou a atenção e o que vem me fazendo pensar um pouco mais nestes ultimos meses sobre a condição feminina neste mundo tão machista e tão misogino foram algumas participantes desta discussão que quiseram comparar a situação da mulher no mundo islâmico e a situação da mulher no mundo não islâmico. "Nos somos tão oprimidas quanto essas mulheres", "Exigem que mostremos o corpo exatamente como exigem que elas o escondam", "Eu conheço muitos muçulmanos e eles são até muito ingênuos" e também passam a um argumento mais doloroso e muito mais sério que é a infibulação feminina.
Eu não estou escrevendo este texto com o intuito de demonizar a religião muçulmana, longe de mim, eu também conheço muçulmanos, tenho uma penca de amigos das mais diversas religiões, tenho um profundo respeito por quem consegue fazer da sua propria religião um assunto privado mas que seja claro, detesto o proselitismo vindo de qualquer religião que seja.
Eu estou aqui agora, sentada diante desse computador porque não sei exatamente como colocar por escrito a minha raiva quanto ao absurdo destas afirmações.
Eu não sou tão oprimida quanto uma mulher que nasceu e mora no Irã e onde existe uma policia especial so para vigiar os trajes feminininos, eu não sou obrigada a me desvestir como é obrigada a se cobrir uma mocinha passeando pelo Cairo, eu nao arrisco a minha vida quando escolho a minha roupa. Por mais que eu acredite no respeito e no multiculturalismo eu não consigo e não quero relativizar uma violência absurda como a excisão ou no seu caso extremo a infibulação feminina.
Eu não vou fazer aqui um relato detalhado deste absurdo(para isso existe internet e um sem numero de informação sobre o assunto), mas gostaria so de lembrar que a excisão é um costume pré islâmico, e se hoje são sociedades muçulmanas na sua maioria a pratica-la podemos encontrar também a mutilação entre sociedades cristãs e animistas, sobretudo em alguns(muitos para o meu gosto) paises africanos.
As religiões monoteistas de uma forma ou de outra sempre oprimiram as mulheres, basta que nos lembremos da inquisição ou que usemos como exemplo o patriarcado judeu ou cristão.
Lembrar-se de tudo isso não ameniza o tratamento dado as mulheres em alguns paises de fé muçulmana, gostaria so que essas pessoas se informassem um pouquinho melhor, tem uma quantidade imensa de coisa interessante por ai para se ler, jornais, livros, até quadrinhos.
Irshad Manji, Nawal el Saadawi, Assia Djebar, Fatima Mernissi, Taslima Nasreen, Marjane Satrapi entre tantas e tantos outros.
Citei somente o nome de mulheres, essas damas tiveram uma relação muito estreita com o islã, nasceram em familias muçulmanas na sua maioria e escreveram sobre a liberdade e a condição feminina, alguns pagam com a propria liberdade, como Nasreen e Manji que vivem com proteção policial ou como Nawal el Saadawi que passou um longo tempo em prisão. Essas mulheres cometeram o mais atroz dos pecados: escreveram sobre a condição de outras mulheres ou delas mesmas dentro da sociedade muçulmana.
E por favor, para terminar "conheço muitos muçulmanos e eles são até muito ingênuos" isso é do racismo puro, acompanhado de uma super dose de complexo de superioridade.

17/11/2007

Casa

Eu sonho com uma casa. Grande, com um patio interior como aquelas velhas casas andaluzas. Eu a pintaria de cores muito claras, mas nada de beiginho ou parecidos, detesto beiginho na parede!
Lilas, azul, verde. Talvez colocasse um amarelo ouro na cozinha, uma mesa branca com cadeiras patinadas, um sofa, livros.
Meu quarto teria que ser branco, com muita claridade que tenho medo do escuro.
A sala imensa com janelões e portões dando para o patio onde eu colocaria jasmim e hibiscos. Flores em todos os cômodos, um flamboyant na frente e bouganvilias fazendo a minha cerca.
Banheiros imensos, com banheiras brancas e la tambem muitos livros.
Quartos de hospedes, pois minha casa so teria sentido se fosse sempre visitada por todas as pessoas que amo.
Velas, livros, quadros na parede e todas as coisas que tenho adquirido por doação ou recuperação nestes ultimos anos.
A casa teria que ser bem velha, com marcas de seu passado e de seus habitantes anteriores, minha casa tem que ter historia, meus moveis recuperados, minha cozinha com cheiro de bolo.
Cães e uma tartaruga no jardim, gatos onde quisessem estar e lagartixas passeando pelas paredes.
Umas galinhas d'Angola para a minha admiração, um jardim sem muita ordem, onde despontassem cores sem nenhuma regra.
Nas noites de sexta feira eu convocaria os espiritos da casa e com eles dançaria e me embriagaria com elixires vindos de um outro mundo.
Eu me vestiria com meu traje a rigor, meu longo vestido roxo, transparente, meus cabelos soltos e enfeitados com as bouganvilias do jardim e celebraria a imensa felicidade de possuir esta casa tão visitada e tão cheia de historia.

Bom fim de semana para todo mundo


Fernando Botero, Danzar



16/11/2007

Fazem três dias que os transportes estão em greve e estou de molho em casa sem poder ir trabalhar. Uma pessoa normal aproveitaria o tempo para terminar uma ficha de leitura sobre o primeiro livro do Capital (terminar não, começar), ou quem sabe, fazer a barra da unica calça jeans que tenho e que é muito comprida para mim, ou melhor ainda, procurar uma escola de yoga aqui perto de casa para ver se consigo me mexer um pouco.
Mas como ninguém é perfeito... Comi como uma porca obesa, passei o tempo na frente da internet ou na frente da televisão e a unica coisa util que fiz foi conseguir tomar um banho esta manhã.
Mas amanhã porque Deus existe e ele sabe que não posso me transformar numa inutil completa, a greve acabara e se eu ainda não tiver perdido o emprego, acordarei as sete e so voltarei à casa depois de um dia de trabalho duro. Juro!

15/11/2007

Que saco, hoje queria que a humanidade parasse tudo o que esta em curso e se preocupasse so em resolver minha vida.
Tipo assim, me conseguir um emprego que me dê prazer e não somente a possibilidade de pagar o aluguel no fim do mês, um regime a base de coca cola e bolo mas que me fizesse emagrecer 5 kg em uma semana, uma casa igual aquela do filme Sob o céu da Toscana(mas bem longe da Toscana e da bota inteira) e uma graninha extra no banco para ir ao Tahiti, tomar agua de côco, banho de mar e trocar umas idéias com um daqueles morenos cabeludos e tatuados!

14/11/2007


Você e eu

Temos tanto amor,

Ardendo qual fogo,

Que nele cozemos um torrão de argila

Modelando numa figura minha

E uma figura sua,

Que tomamos

E quebramos em pedaços,

E misturamos com agua,

E novamente modelamos

Uma figura sua

E uma figura minha.

Eu estou na sua argila.

Você na minha argila.

Na vida dividimos um so manto.
Na morte dividiremos uma so cova.



The Orchid Boat: Women Poets of Chine


P.S.1: Imagem de Collete Calascione
P.S.2: Muito obrigada dona Walkiria, a casa é sua, fico muito contente com a sua visita.

Advertência

Quando eu for velha vou me vestir de roxo
Com um chapéu vermelho que não combina e não me deixa bem.
Quero gastar minha aposentadoria em conhaque, luvas de seda
E sandalias de cetim, e dizer que não temos o dinheiro da manteiga.
Sentar-me no chão quando estiver cansada
Devorar amostras nas lojas e apertar botões de alarme
E raspar minha bengala pelos gradis das ruas
Para compensar a sobriedade da minha juventude.
Sairei de chinelos na chuva
Colherei flores em jardins alheios
E aprenderei a escarrar.
Poder usar blusas medonhas e deixar-me engordar
E comer dois quilos de linguiça por uma semana
E estocar caneta e lapis e bolachas de chope e coisas em caixas.
Mas por ora devemos ter roupas que nos mantenham secas
Pagar nosso aluguel e não xingar pelas ruas
Dando bom exemplo para as crianças.
Temos de convidar amigos para o jantar e ler os jornais.
Mas e se eu pudesse ir praticando um pouco agorinha mesmo?
Para que quem me conhece não fique chocado ou surpreso
Quando eu de repente for velha e passar a usar roxo.

Jenny Noseph

11/11/2007

Argolas


Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos indios, a escolarização das crianças, a reforma agraria, o socialismo em liberdade, a universidade necessaria. Na verdade, somei mais fracassos que vitorias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrivel seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas.

Darci Ribeiro

10/11/2007

Sempre achei um pouco esnobe isso de dizer que se é cidadão do mundo, mas também nunca consegui encontrar uma expressão que a pudesse substituir.
Na verdade acho que ser cidadã ou cidadão do mundo é aquela facilidade inexplicavel de se sentir em casa em qualquer lugar. Poder dizer tranquilamente que nossa casa é aqui e agora, isso para mim é sublime e graças a todos os deuses é exatamente assim que me sinto. Claro que houveram exceções, lugares onde me maltrataram e não pude querer para mim, para minha casa, mas foram raros, quase inexistentes.
Não adianta viver fora do lugar onde nascemos se é para passar o tempo blasfemando o destino cruel ou pior ainda, ficar sentindo que se estaria melhor em outro lugar.
E não acho também que é um verdadeiro viajante, quem conhece as cidades pela metade, quem não sente o cheiro das pessoas, não escuta as vozes, não come o que elas comem.
Conheci gente que conhecia todos os lugares e não conhecia lugar nenhum. Eu preciso de tempo, tirar fotos em frente a monumentos não me interessa.
E a vida de verdade que me interessa e nada mais.

Pronoia

(...) Não podemos deixar que os loucos que governam o mundo levem adianta a sua maldição. Temos que nos levantar e combater contra a sua logica doente, desafiar suas tragicas bruxarias e liberar a nossa raiva sagrada, transformando-a em algo ainda mais sagrado, ainda mais enraivecida.

Mas protestar contra os mortos vivos nao é suficiente. Nos não podemos nos consumir com a nossa raiva, e não podemos nos obssessionar com o seu perigo. Os nossos corpos cheios de misterio desejam delicias e fertilidade. A nossa desenfreiada imaginação quer sentir o fresco sabor do infinito. (p.11)

(...)Eis um corolario ao mandamento de Jesus de amar o proximo como a ti mesmo: "Amarei o lado escuro e espinhoso do meu proximo - não so aquele atraente e amigavel - e o encorajarei a se exprimir de modo criativo. (p.150)

Tudo aquilo que te peço
1
Que você seja a minha dança em camera lenta.
O terremoto no dia do meu aniversario.
A minha escada de marmore no meio de um gramado no Vermont.
A minha vertical sob as mãos na barra;
a minha semana tumultuada na escola dos palhaços,
a minha piada contada a um bruxo siberiano
enquanto fazemos compras.
Que voce seja o meu ultimo porquê. (...) (p.170)


A lição que a vida nos da continuamente é: "olha embaixo dos teus pés". Você esta sempre mais proximo as reais fontes do teu poder do que você imagina. O fascinio do que esta distante é dificil e enganoso. A grande oportunidade se encontra exatamente no ponto onde você esta. Não despreze o lugar e o momento en que você se encontra. Cada lugar é o centro do mundo. - John Burroughs (p.245)

"A natureza exulta no radicalimo, no extremismo e na anarquia. Se tivessemos que julga-la pelo seu senso comum ou probabilidade, nao acreditariamos na existência do mundo. Na natureza as improbabilidades são os unicos artigos em venda. A criação inteira é uma unica franja de loucos extremistas...nenhuma afirmação de uma ou todas as revelações sera mais inverosimil que uma so girafa." - Annie Dillard (p.246)


Do titulo em inglês, PRONOIA IS THE ANTIDOTE FOR PARANOIA, o livro do Rob Brezsny é uma delicia para quem quer uma leitura otimista, politicamente incorreta e com um fundo de esoterismo hippie.
A pagina web do autor onde se pode encontrar também o horoscopo mais inteligente que eu conheço é: http://www.freewillastrology.com/

O livro foi o presente de um casal italiano, eles também um delicioso presente.

Outono


Bom fim de semana para todo mundo!

Anna Boyé


Imagem Anna Boyé
Encontrei na net um site muito interessante para quem gosta de fotografia e reportagem social.
http://www.annaboye.com/, vale a pena dar uma passada por la.

03/11/2007

Salvador





Fotos feitas em Salvador - Bahia. Julho de 2007

Ler

Ha algum tempo atras li um texto muito interessante no programa da biblioteca onde o autor, que não lembro o nome, tentava explicar o que era para ele o significado da leitura.
Ele diz que ler, serve para ler. Nenhuma utilidade especial, nenhum sentido especial.
Me lembro muito bem desta frase pois ja ouvi um bom milhão de vezes a mesma pergunta, ler tanto serve para que?
Ora, serve para não fazer essa pergunta idiota para nenhuma outra pessoa. Para ocupar meu tempo, para aprender coisas novas, e muitas vezes para encher a alma de alegria ou melancolia, e ai depende do livro.
Mas acima de tudo, acho que ler serve para ler mesmo.
Cada dia que passa me deparo com mais pessoas vazias, superficiais, que correm atras desesperadamente do ter e ja esqueceram faz tempo o ser ou pior ainda o sentir.
Um mundo extranho onde não vale o ocio que alimenta a alma, onde tudo que não se apresenta de forma clara e maniqueista é inutil.
Pois eu me nego a fazer parte desse mundo sem graça, não quero procurar sentido material em tudo o que faço e menos ainda quero ter que explicar porque faço o que faço.
Leio é por prazer mesmo, e so quem gosta pode entender.

(...)
Pero ya no te puedo hablar de esas cosas, digamos que todo se acabo y que yo ando por ahi vagando, dando vueltas, buscando el norte, el sur, si es que lo busco. Si es que lo busco. Pero si no los buscara, que es esto? Oh mi amor, te extraño, me doles en la piel, en la garganta, cada vez que respiro es como si el vacio me entrara en el pecho donde ya no estas.
in Rayuela, Julio Cortazar

01/11/2007

Conversas interessantes

-Ai que bom, você é brasileira! Ta ha muito tempo por aqui? Gosta de morar em Paris?
-Sim, estou por aqui fazem alguns anos e gosto muito sim.
-Então vou aproveitar que você fala português pra te perguntar uma coisa: a gente estava pensando em ir ao Louvre, mas ja é tarde, então eu queria saber se tem outro museu daqueles famosos aqui em Paris.
-Olha têm muitos museus em Paris, mas estamos pertinho do Museu d'Orsay, vocês poderiam ir la.
-Mas o que é que tem de bom la?
-Muitos impressionistas, tem Renoir, tem Gauguin, Manet, Rousseau, Monet... tem bastante coisa, é um museu grande, belissimo, vale a pena!
-Ah, mas daqueles pintores famosos feito a Monalisa, não tem não?

E eu juro pelos filhinhos que um dia terei que tudo que foi escrito acima é verdade. Assino e dou fé.

Coisas que gosto em Paris 2






Os "barcos casa" no Sena, acho delicioso, adoraria que a minha casa pudesse mudar de lugar assim, nao gosto de raizes, nao sei o que fazer com elas, preciso da mudança, do inesperado.