30/12/2007
Rose, La liste
Aller à un concert
Repeindre ma chambre en vert
Boire de la vodka
Aller chez Ikea
Mettre un décolleté
Louer un meublé
Et puis tout massacrer
Pleurer pour un rien
Acheter un chien
Faire semblant d'avoir mal
Et mettre les voiles
Fumer beaucoup trop
Prendre le métro
Et te prendre en photo
Jeter tout par les fenêtres
T'aimer de tout mon être
Je ne suis bonne qu'à ça
Est ce que ça te déçoit ?
J'ai rien trouvé de mieux à faire
Et ça peut paraître bien ordinaire
Et c'est la liste des choses que je veux faire avec toi
Te faire mourir de rire
Aspirer tes soupirs
M'enfermer tout le jour
Ecrire des mots d'amour
Boire mon café noir
Me lever en retard
Pleurer sur un trottoir
Me serrer sur ton coeur
Pardonner tes erreurs
Jouer de la guitare
Danser sur un comptoir
Remplir un caddie
Avoir une petite fille
Et passer mon permis
Jeter tout par les fenêtres
T'aimer de tout mon être
Je ne suis bonne qu'à ça
Est ce que ça te déçoit ?
J'ai rien trouvé de mieux à faire
Et ça peut paraître bien ordinaire
Et c'est la liste des choses que je veux faire avec toi
ha ha
ha ya
ha ya
ha ha
Je sais je suis trop naïve
De dresser la liste non exhaustive
De toutes ces choses que je voudrais faire avec toi
T'embrasser partout
S'aimer quand on est saouls
Regarder les infos
Et fumer toujours trop
Eveiller tes soupçons
Te demander pardon
Et te traiter de con
Avoir un peu de spleen
Ecouter Janis Joplin
Te regarder dormir
Me regarder guérir
Faire du vélo à deux
Se dire qu'on est heureux
Emmerder les envieux.
Acordo, tomo meu café da manhã e venho ao computador. Decido começar vendo as manchetes do jornais, um jornal francês e um italiano e tudo bem. Então tento abrir a pagina do Estadão e não posso, porque tem uma propaganda do UNIBANCO, absurda sobre um super cartão de crédito que eu nao vou ler, que ocupa toda a pagina e que não me permite abrir a pagina do jornal.
Tentei uma, duas, três vezes e desisti! Sinceramente isso é coisa para processo, eu não quero a propaganda, quero o meu direito em ver na Internet so o que me interessa!
E ainda uma frase absurda em pé de pagina dizendo que não é uma pagina oficial do banco e sim uma pagina de um cliente satisfeito!
Sou impedida de ver uma pagina do jornal, tenho que engolir uma publicidade nojenta e ainda por cima me chamam de burra.
Bom dia pra vocês também!
Tentei uma, duas, três vezes e desisti! Sinceramente isso é coisa para processo, eu não quero a propaganda, quero o meu direito em ver na Internet so o que me interessa!
E ainda uma frase absurda em pé de pagina dizendo que não é uma pagina oficial do banco e sim uma pagina de um cliente satisfeito!
Sou impedida de ver uma pagina do jornal, tenho que engolir uma publicidade nojenta e ainda por cima me chamam de burra.
Bom dia pra vocês também!
29/12/2007
Meu primeiro video no blog e meu presente de fim de ano para todo mundo
Fica como presente de fim de ano a todos os leitores essa musica para que o nosso ano seja assim tão cheio de esperança!
Foi a Lela, autora do blog, Diarios de bicicleta quem me ensinou a por videos, porque a Lela é um gênio!
28/12/2007
Escuto muitas pessoas dizerem que o Natal para elas é um momento triste, nostalgico, um negocio que da saudade de não sei do que.
Eu nunca fui muito ligada em Natal, sempre preferia o Ano Novo e para ser mais exata, preferia mesmo eram os bailes de Reveillon da minha adolescência, acho que o Natal não colava comigo como uma festa religiosa porque eu não sou a mais cristã dos seres e tampouco tenho paciência paras as ladainhas familiares. Gosto de familia, adoro a minha, mas sem lamentos que a vida é curta e a paciência idem.
Na verdade eu tenho algumas ilusões quanto a um mundo quase perfeito, e não é que eu não goste deste mas ele é cheio de gente que eu não consigo entender e menos ainda gostar ou respeitar.
Eu queria mesmo era um Natal sem muitas tragédias no mundo afora, sem muito bêbado no volante matando gente, sem terrorista se explodindo por ai, sem tanta criança morrendo de fome.
Eu adoraria que no proximo Natal pudessemos celebrar o fato que cientistas descubriram a cura para a Malaria, que no Brasil colocaram na cadeia 10 por cento dos politicos corruptos e que a deflorestação na Amazônia abaixou a niveis decentes (existe um nivel decente para a deflorestação? tenho a impressão que a propria palavra seja imoral).
Ai então eu até colocaria umas luzinhas brilhosas na janela, umas bolinhas coloridas pela casa e quem sabe até agradeceria aos deuses por ter realmente uma otima razão para celebrar.
Mas então relendo o texto, descobri que a razão para celebrar esta dentro de mim, continuar viva, sã, conseguindo viver de acordo com os meus principios e meus valores, conhecendo pessoas que valem por todo o lixo humano.
So por isso ja foi um maravilhoso Natal. Claro, com o chocolate quente e o computador.
27/12/2007
Benazir Bhutto
Benazir Bhutto foi em 1988 a primeira mulher a dirigir um pais muçulmano, ela exerceu o poder por 5 anos em dois mandatos diferentes, 1988-1990, 1993-1996.
Depois de viver exilada nos Estados Unidos e na Inglaterra ela retorna ao Paquistão como a mais importante voz de oposição ao poder.
Ela foi assassinada hoje, e com ela a esperança de unificação e liberdade.
P.S.: Foto tirada da net
24/12/2007
Bom Natal!
Desejo que no ano que vem e em todos por vir cada um possa comer de acordo com a sua fome, seja ela de comida, de amor, de paz ou de fé!
Bom natal para todo mundo, com menos presentes e com mais amor!
A imagem acima é do bahiano Adenor Gondim, o dono do blog Mais Bahia, mais fotografia.
Foi roubada descaradamente, e eu queria roubar todas porque o blog têm fotos divinas.
23/12/2007
Noticias do Norte - Navidad, Kwanza, Hanukkah, etc.
Nessa época de feriados/Natal o verbo por aqui é comprar. Comprar, comprar e comprar.
Descontos de até 70% (o que eles querem que acreditemos claro).
Tempos atrás saiu uma materia em uma revista chamada Mother Jones -revista que diga-se de passagem é bem interessante- titulada “Casa de Cartões” onde dizia que os americanos tem uma dívida de pelo menos $850 bilhões em cartões de crédito. A dívida externa dos 54 países mais pobres é de $412 bilhões.
A média de divida de uma familia (americana) com as companias de cartões de crédito é de aproximadamente $9,659. Inacreditavel a quantidade de gente que vive para comprar, vive para pagar.
Eu por aqui estou tentando nao me contaminar nesse rio de dejetos. Comprei uns presentinhos pras minhas irmãs de fé e seus descendentes. Comprei umas quantas garrafinhas de vinho na promoção por que ninguém é de ferro claro e decidi que em vez de papel de presente (só para as crianças) vou usar jornal pra embrulhar as lembrancinhas. Além de economizar no papel (um rolo de papel de presente custa em média $4.50) ainda vou reciclar e diminuir minha contribuição no corte de árvores.
Saravá meu povo, Saravá sua Banda. Até a proxima.
Descontos de até 70% (o que eles querem que acreditemos claro).
Tempos atrás saiu uma materia em uma revista chamada Mother Jones -revista que diga-se de passagem é bem interessante- titulada “Casa de Cartões” onde dizia que os americanos tem uma dívida de pelo menos $850 bilhões em cartões de crédito. A dívida externa dos 54 países mais pobres é de $412 bilhões.
A média de divida de uma familia (americana) com as companias de cartões de crédito é de aproximadamente $9,659. Inacreditavel a quantidade de gente que vive para comprar, vive para pagar.
Eu por aqui estou tentando nao me contaminar nesse rio de dejetos. Comprei uns presentinhos pras minhas irmãs de fé e seus descendentes. Comprei umas quantas garrafinhas de vinho na promoção por que ninguém é de ferro claro e decidi que em vez de papel de presente (só para as crianças) vou usar jornal pra embrulhar as lembrancinhas. Além de economizar no papel (um rolo de papel de presente custa em média $4.50) ainda vou reciclar e diminuir minha contribuição no corte de árvores.
Saravá meu povo, Saravá sua Banda. Até a proxima.
Muchas Gracias
... a noite veio estrelada como para os astrônomos fazerem descobertas e os poetas escreverem seus rubayat, nosso tesouro o vinho, nosso palácio a taverna e nossa maior amiga a embriaguez, duas taças de árak, Bebei, putas.
Retirado do livro Amrik, de Ana Miranda
Retirado do livro Amrik, de Ana Miranda
Chegue senhora e sinta-se em casa
Esse blog deixa de ser uma propriedade privada e passa a ser uma sociedade limitada.
Bem vinda Doña Remedios que a partir de hoje ira contribuir com sua experiência ao norte do equador com este blog.
Bem vinda Doña Remedios que a partir de hoje ira contribuir com sua experiência ao norte do equador com este blog.
Me llaman inconstante, qué mas quisiera yo: ser inconstante como la luz. Diversa como las tardes de placer y las de pena. Mutable como los deseos, incierta como los abrazos, altanera y fugaz como la vida. Y no soy inconstante, qué mas quisiera yo.
Angeles Mastretta, Maximas y decires de algunas mujeres con los ojos grandes.
21/12/2007
Testes DNA, a favor ou contra?
Nesses ultimos tempos de governo Sarkozy se discute a possibilidade de efetuar testes DNA para crianças filhos de imigrados que solicitam um visto para habitar na França.
O teste chamado "Teste Mariani" que é o nome do deputado UMP (partido governamental) foi adotado pela lei do 23 de outubro de 2007 relativa à imigração.
Depois de uma mobilização massiva da sociedade civil francesa contra essa lei, os legisladores decidiram criar um decreto no Conselho de Estado para: regulamentar a pratica do teste, impor um prazo de experimentação (sera testada até 31 de dezembro de 2009), um decreto para definir uma lista de paises onde o estado civil e a documentação relativa a este são precarios, a autorização de um tribunal de grande instância e por fim o pagamento pelo estado francês das despesas do teste.
Mas a sociedade civil ainda não engoliu a lei e as discussões continuam. São doze os paises na Europa que recorrem ao teste em caso de duvida de filiação mas é uma pratica excepcional. Na Alemanha ele funciona como um ultimo recurso e não existe um fichario central de impressões genéticas e esse recurso apesar de acelerar a procedura "não deve influenciar negativamente sobre a decisão final". O estado francês é o unico a ter criado uma lei para a sua imposição, normalmente utilizam-no para aquelas pessoas vindas de paises onde arquivos foram queimados ou onde os documentos administrativos são considerados de pouca ou nenhuma confiança.
Por outra parte estava ontem conversando com um senhor muito gentil com quem trabalhei a um tempo atras, ele tem la os seus 50 e tantos anos e como eu sou uma curiosa de mão cheia e ele é um grande falador me contou uma parte da sua vida.
Ele vem do Mali, tem dois filhos la com uma primeira mulher (que ele deixou porque ja estava velha demais), aqui na França ele vive com suas duas esposas mais jovens com as quais tem 8 filhos, detalhe: todos moram na mesma casa.
No começo de janeiro ele ira ao Mali para finalmente poder consumar o casamento com a sua quarta esposa. Ele se casou a dois anos mas ela estava jovem demais e teve que esperar a primeira menstruação da menina para poder realizar o casamento nos atos. Ela tem 12 anos, tinha dez quando se casaram! Infelizmente, para ele, não podera trazer a menina para morar na França, onde provavelmente ela viveria como empregada para as suas primeiras mulheres e escrava sexual do seu marido.
E o que o impede de trazer a menina? Bom, agora tem uma lei complicada e ele não pode falsificar documentos (não foi essa a palavra usada mas quase) e trazer a menina como sendo filha dele.
Então me pergunto aqui, o que eu acho deste teste? Bom, meu lado representante da sociedade civil diz que é uma afronta a privacidade e uma clara demonstração de racismo e discriminação.
E como mulher? Eu digo que o teste salvou pelo menos por enquanto essa criança que sera no mês de janeiro vitima de um pedofilo. E com a bendição de toda a familia é claro, que ele pagou muito bem para isto!
O teste chamado "Teste Mariani" que é o nome do deputado UMP (partido governamental) foi adotado pela lei do 23 de outubro de 2007 relativa à imigração.
Depois de uma mobilização massiva da sociedade civil francesa contra essa lei, os legisladores decidiram criar um decreto no Conselho de Estado para: regulamentar a pratica do teste, impor um prazo de experimentação (sera testada até 31 de dezembro de 2009), um decreto para definir uma lista de paises onde o estado civil e a documentação relativa a este são precarios, a autorização de um tribunal de grande instância e por fim o pagamento pelo estado francês das despesas do teste.
Mas a sociedade civil ainda não engoliu a lei e as discussões continuam. São doze os paises na Europa que recorrem ao teste em caso de duvida de filiação mas é uma pratica excepcional. Na Alemanha ele funciona como um ultimo recurso e não existe um fichario central de impressões genéticas e esse recurso apesar de acelerar a procedura "não deve influenciar negativamente sobre a decisão final". O estado francês é o unico a ter criado uma lei para a sua imposição, normalmente utilizam-no para aquelas pessoas vindas de paises onde arquivos foram queimados ou onde os documentos administrativos são considerados de pouca ou nenhuma confiança.
Por outra parte estava ontem conversando com um senhor muito gentil com quem trabalhei a um tempo atras, ele tem la os seus 50 e tantos anos e como eu sou uma curiosa de mão cheia e ele é um grande falador me contou uma parte da sua vida.
Ele vem do Mali, tem dois filhos la com uma primeira mulher (que ele deixou porque ja estava velha demais), aqui na França ele vive com suas duas esposas mais jovens com as quais tem 8 filhos, detalhe: todos moram na mesma casa.
No começo de janeiro ele ira ao Mali para finalmente poder consumar o casamento com a sua quarta esposa. Ele se casou a dois anos mas ela estava jovem demais e teve que esperar a primeira menstruação da menina para poder realizar o casamento nos atos. Ela tem 12 anos, tinha dez quando se casaram! Infelizmente, para ele, não podera trazer a menina para morar na França, onde provavelmente ela viveria como empregada para as suas primeiras mulheres e escrava sexual do seu marido.
E o que o impede de trazer a menina? Bom, agora tem uma lei complicada e ele não pode falsificar documentos (não foi essa a palavra usada mas quase) e trazer a menina como sendo filha dele.
Então me pergunto aqui, o que eu acho deste teste? Bom, meu lado representante da sociedade civil diz que é uma afronta a privacidade e uma clara demonstração de racismo e discriminação.
E como mulher? Eu digo que o teste salvou pelo menos por enquanto essa criança que sera no mês de janeiro vitima de um pedofilo. E com a bendição de toda a familia é claro, que ele pagou muito bem para isto!
17/12/2007
Eu estava no Havai, na beira da praia, com a minha prancha de surf e eu era a surfista fabulosa sim. Estava esperando aquela onda a mais grande do mundo, que so aparece uma vez por ano, acho que se chama Piperline.
Como eu teria que surfa-la e o mar estava brabo, me lembrei de um filme muito ruim que assisti numa sessão da tarde sobre mulheres surfistas e fui eu la, pedir a um cabra com um jet ski para me puxar até o mar alto.
Quando cheguei la em cima, vi aquela imensidão de agua, pensei: Senhor, eu agora morro, nunca subi em uma prancha na vida!
Mas então imediatamente me lembrei que se eu estava no Havai, com uma prancha de surf e com um sol estalando na testa so podia ser sonho.
Acordei com um gritinho de HUUUUUUUU, descendo de forma heroica e artistica a tal da onda gigante!
Como eu teria que surfa-la e o mar estava brabo, me lembrei de um filme muito ruim que assisti numa sessão da tarde sobre mulheres surfistas e fui eu la, pedir a um cabra com um jet ski para me puxar até o mar alto.
Quando cheguei la em cima, vi aquela imensidão de agua, pensei: Senhor, eu agora morro, nunca subi em uma prancha na vida!
Mas então imediatamente me lembrei que se eu estava no Havai, com uma prancha de surf e com um sol estalando na testa so podia ser sonho.
Acordei com um gritinho de HUUUUUUUU, descendo de forma heroica e artistica a tal da onda gigante!
Acho que quando um blog como o meu, começa a aparecer recheado de fotinhas e musiquinhas é sinal claro que a dona do pedaço se encontra numa total incapacidade de escrever uma linha sequer.
Mas como buscar temas interessantes quando ja não se sente inspirada ou tocada por nada?
Livros lidos, filmes vistos, noticias absurdas todos os dias nos jornais, violência, violência, violência.
Poderia escrever sobre a adolescente presa numa cela de homens no Brasil, a adolescente assassinada pelo pai no Canada porque não se cobriu como a religião mandava, a outra adolescente que teve seu filho jogado pela janela pelo pai, logo apos o parto feito escondido em casa, pois não queria que os vizinhos soubessem da vergonha que pairava sobre a familia. Caso acontecido aqui perto, numa periferia não muito longe de Paris, noticia que nem chegou aos jornais pois seriam logo acusados de racistas e anti-islâmicos.
Não tenho mais vontade de ficar martelando a situação abusiva que vivemos nos mulheres neste mundo machista, estou cansada, desesperada de ver outras mulheres que concordam com a barbarie, que não tem tempo para pensar nisso pois precisam correr na loja comprar a sandalia igual a da Beyoncé.
Sai ontem, fui dar uma volta na cidade e fomos ao cinema, nunca tinha visto tanta gente junta num domingo, todo mundo desesperado para comprar, comprar, comprar e os donos das lojas com ofertas de até -70% e toda a humanidade acreditando, mesmo se os preços eram exatamente os de dois meses atras, o importante era comprar, e se havia duas desculpas perfeitas para isso, então melhor.
Fui ver The blueberry nights, filme doce, bonitinho, bom para um domingo frio.
Ou talvez seja eu que nem vontade de pensar um filme tenho.
Mas como buscar temas interessantes quando ja não se sente inspirada ou tocada por nada?
Livros lidos, filmes vistos, noticias absurdas todos os dias nos jornais, violência, violência, violência.
Poderia escrever sobre a adolescente presa numa cela de homens no Brasil, a adolescente assassinada pelo pai no Canada porque não se cobriu como a religião mandava, a outra adolescente que teve seu filho jogado pela janela pelo pai, logo apos o parto feito escondido em casa, pois não queria que os vizinhos soubessem da vergonha que pairava sobre a familia. Caso acontecido aqui perto, numa periferia não muito longe de Paris, noticia que nem chegou aos jornais pois seriam logo acusados de racistas e anti-islâmicos.
Não tenho mais vontade de ficar martelando a situação abusiva que vivemos nos mulheres neste mundo machista, estou cansada, desesperada de ver outras mulheres que concordam com a barbarie, que não tem tempo para pensar nisso pois precisam correr na loja comprar a sandalia igual a da Beyoncé.
Sai ontem, fui dar uma volta na cidade e fomos ao cinema, nunca tinha visto tanta gente junta num domingo, todo mundo desesperado para comprar, comprar, comprar e os donos das lojas com ofertas de até -70% e toda a humanidade acreditando, mesmo se os preços eram exatamente os de dois meses atras, o importante era comprar, e se havia duas desculpas perfeitas para isso, então melhor.
Fui ver The blueberry nights, filme doce, bonitinho, bom para um domingo frio.
Ou talvez seja eu que nem vontade de pensar um filme tenho.
15/12/2007
Roger Bastide e seu Candomblé
Roger Bastide, filosofo e sociologo é junto a Pierre Verger um dos mais importantes nomes de referência para o estudo das religiões de origem africana no Brasil.
Professor na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e na Sorbonne, ele foi também professor na Universidade de São Paulo onde seu livro "O candomblé da Bahia" é, ainda hoje, pelo seu rigor etnografico, bibliografia obrigatoria nos cursos de ciências sociais.
A introdução de Fernando Henrique Cardoso, ex-aluno de Bastide e ex presidente do Brasil cita "como é admiravel a metodologia não totalizante de Bastide, que supõe a infinidade do real e a impossibilidade de uma sintese conceitual a priori".
O Candomblé da Bahia é o resultado de uma pesquisa profunda do real e do imaginario que designa tal religião. O sagrado e o profano, não somente no espaço religioso mas em todos os aspectos da vida da comunidade.
A religião Yoruba no Brasil não é a religião somente do negro, do africano em terra brasileira, ela é um sistema de valores que faz parte da realidade nacional e mestiça.
"Se Bastide parte ao Brasil é para compreender como a experiência onirica e imaginaria cria raizes. » pag.26
E impossivel quando lêmos o livro de Bastide não sentir o apelo ensurdecedor dos tambores rituais e o cheiro da Jurema misturado ao suor de seus fiéis.
No imaginario brasileiro o candomblé é força pagã, é mistério e sedução.
Quando escutamos na noite o chamado das canções aos Deuses mesmo o mais racional dos seres reconhece a força religiosa de sua tradição africana que é parte essencial da cultura brasileira.
O Brasil é um pais oficialmente catolico, com uma imensa quantidade de igrejas de tradição protestante, mas quando necessitamos o apoio do céu é nas religiões africanas que buscamos consolo, é la que curamos os males de amor, a necessidade de dinheiro e onde encontramos coragem para continuar avante numa sociedade tão injusta como a nossa.
Bastide, Roger. O candomblé de Bahia. Ed; Terre Humaine, Paris.
14/12/2007
Chico Buarque
São poucas as coisas que eu gosto tanto quanto essa musica e os olhos azuis do Chico Buarque.
http://www.youtube.com/watch?v=tNe3HqZiyyw&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=tNe3HqZiyyw&NR=1
13/12/2007
Kirikou est petit mais c'est mon ami!
Conversas interessantes 2
- Bom dia, você pode me dar uma informação?
- Claro, diga-me.
- Estou procurando a coleção relativa a Australia, você pode me dizer onde esta?
- Olha o museu se divide por continentes, então o mais pratico seria a senhora começar pela Oceânia e
- Não você não entendeu, eu quero saber onde esta a Australia!
- Pois então a senhora segue a exposição no continente chamado Oceânia e
- Eu não quero ver a Oceânia eu quero ver a Australia!
- Mas la no fundo, quando esta quase terminando a exposição deste continente a senhora vera os objetos de arte feitos pelos aborigenes australianos.
- Ok, so não sei o que a Australia têm a ver com a Oceânia!
- ...
- Claro, diga-me.
- Estou procurando a coleção relativa a Australia, você pode me dizer onde esta?
- Olha o museu se divide por continentes, então o mais pratico seria a senhora começar pela Oceânia e
- Não você não entendeu, eu quero saber onde esta a Australia!
- Pois então a senhora segue a exposição no continente chamado Oceânia e
- Eu não quero ver a Oceânia eu quero ver a Australia!
- Mas la no fundo, quando esta quase terminando a exposição deste continente a senhora vera os objetos de arte feitos pelos aborigenes australianos.
- Ok, so não sei o que a Australia têm a ver com a Oceânia!
- ...
10/12/2007
09/12/2007
Quero voltar aqui ao post do 1 de dezembro. Relendo o que havia escrito achei que a segunda parte do texto ficou muito superficial e não passou exatamente a idéia que eu queria desenvolver.
Tenho um respeito sagrado pelo poder da palavra e não nego a quantidade de insultos discriminatorios e ofensivos que existem por ai, eu mesma ja fui alvo de alguns e sei que uma palavrinha no lugar errado pode destruir um cidadão, cristão ou herege.
Um bom exemplo é "extra-comunitaria". Quando vivia na Italia a expressão fazia parte do meu dia a dia.
Jornais, revistas, ambiente de trabalho, orgãos oficiais do poder, a população se dividia em europeus (entenda-se , cidadãos com plenos direitos) e extra-comunitarios (a escoria do mundo e sem direito algum a não ser o de se calar).
Ainda hoje tenho arrepios quando escuto a dita cuja.
No post anterior queria falar de expressões criadas e de uso comum que não têm necessariamente a função de discriminar um determinado grupo humano e so. Acho que a separação entre esses dois conceitos é feita por uma linha que so nos podemos estabelecer, de acordo com nossas proprias impressões do mundo.
Eu tenho as minhas, elas são longe de serem consideradas perfeitas mas denotam a forma como vivo com o meu proximo.
E quem me conhece sabe.
Tenho um respeito sagrado pelo poder da palavra e não nego a quantidade de insultos discriminatorios e ofensivos que existem por ai, eu mesma ja fui alvo de alguns e sei que uma palavrinha no lugar errado pode destruir um cidadão, cristão ou herege.
Um bom exemplo é "extra-comunitaria". Quando vivia na Italia a expressão fazia parte do meu dia a dia.
Jornais, revistas, ambiente de trabalho, orgãos oficiais do poder, a população se dividia em europeus (entenda-se , cidadãos com plenos direitos) e extra-comunitarios (a escoria do mundo e sem direito algum a não ser o de se calar).
Ainda hoje tenho arrepios quando escuto a dita cuja.
No post anterior queria falar de expressões criadas e de uso comum que não têm necessariamente a função de discriminar um determinado grupo humano e so. Acho que a separação entre esses dois conceitos é feita por uma linha que so nos podemos estabelecer, de acordo com nossas proprias impressões do mundo.
Eu tenho as minhas, elas são longe de serem consideradas perfeitas mas denotam a forma como vivo com o meu proximo.
E quem me conhece sabe.
Nostalgia
Hoje acordei pensando em você, lembro de muitos verões que você esteve presente na minha vida como uma amiga querida, presença que partia cada setembro e estava pontualmente de volta em cada começo de junho.
O que ficou realmente na minha memoria foram aquelas semanas deliciosas que vivi na sua casa num setembro tão cheio de sol nesta Europa tão cinza.
Me lembro do fim de um dos ultimos festivais, você ja tinha partido pois recomeçava tua rotina de trabalho e eu continuei la a terminar a minha.
Fomos para a sua casa de carro, eu e seu marido, uma linda viagem pela Toscana, com algumas flores aqui e ali que insistiam em continuar a primavera mesmo depois de um verão tão quente.
Chegamos numa tarde, ligeiramente resfriados os dois, resfriado que depois se transformou numa gripe horrorosa e você abriu mão do seu tempo e o dedicou inteiramente a nos.
Teu apartamento era minimo, mas transbordava do teu carinho e da nossa alegria.
Passamos a primeira semana so sendo cuidados por vê com muita canja de galinha e cha de limão.
So a partir da segunda semana pude realmente conhecer Florença. Tinhamos estabelecido o nosso dia a dia: com a tua bicicleta eu passava o dia pedalando pela cidade e à noite nos encontravamos em casa, contavamos o nosso dia, teu trabalho, minhas impressões de Florença, os novos projetos do teu marido, dias perfeitos!
Foi ai que aprendi a te conhecer melhor e te admirar completamente, deve ter sido necessario uma boa dose de coragem ou loucura para uma mulher de fina estirpe, filha de nobres e dona de castelo mandar tudo para o alto para viver com um extrangeiro, negro, brasileiro e musico como se não fosse suficiente.
Teu apartamento respirava arte, talvez porque na tua cidade seja assim, tudo respira beleza e arte.
Ha anos não tenho noticias tuas, sei por conhecidos que o teu casamento acabou uns anos depois, que o teu marido, que estava vivendo com outra mulher, morreu. Mas de você nunca mais tive noticias.
Espero que a tua vida continue perfumada de alegria, mesmo com tantas pedras no caminho, que você tenha encontrado um amor feito de paz. Te vejo na tua bicicleta, levando girassois para casa, sinto o cheiro da pasta al funghi na tua cozinha, e você na janela, vivendo teus dias de sol.
O que ficou realmente na minha memoria foram aquelas semanas deliciosas que vivi na sua casa num setembro tão cheio de sol nesta Europa tão cinza.
Me lembro do fim de um dos ultimos festivais, você ja tinha partido pois recomeçava tua rotina de trabalho e eu continuei la a terminar a minha.
Fomos para a sua casa de carro, eu e seu marido, uma linda viagem pela Toscana, com algumas flores aqui e ali que insistiam em continuar a primavera mesmo depois de um verão tão quente.
Chegamos numa tarde, ligeiramente resfriados os dois, resfriado que depois se transformou numa gripe horrorosa e você abriu mão do seu tempo e o dedicou inteiramente a nos.
Teu apartamento era minimo, mas transbordava do teu carinho e da nossa alegria.
Passamos a primeira semana so sendo cuidados por vê com muita canja de galinha e cha de limão.
So a partir da segunda semana pude realmente conhecer Florença. Tinhamos estabelecido o nosso dia a dia: com a tua bicicleta eu passava o dia pedalando pela cidade e à noite nos encontravamos em casa, contavamos o nosso dia, teu trabalho, minhas impressões de Florença, os novos projetos do teu marido, dias perfeitos!
Foi ai que aprendi a te conhecer melhor e te admirar completamente, deve ter sido necessario uma boa dose de coragem ou loucura para uma mulher de fina estirpe, filha de nobres e dona de castelo mandar tudo para o alto para viver com um extrangeiro, negro, brasileiro e musico como se não fosse suficiente.
Teu apartamento respirava arte, talvez porque na tua cidade seja assim, tudo respira beleza e arte.
Ha anos não tenho noticias tuas, sei por conhecidos que o teu casamento acabou uns anos depois, que o teu marido, que estava vivendo com outra mulher, morreu. Mas de você nunca mais tive noticias.
Espero que a tua vida continue perfumada de alegria, mesmo com tantas pedras no caminho, que você tenha encontrado um amor feito de paz. Te vejo na tua bicicleta, levando girassois para casa, sinto o cheiro da pasta al funghi na tua cozinha, e você na janela, vivendo teus dias de sol.
06/12/2007
Musica
Ainda não aprendi a colocar videos por aqui, então vai la o site de uma canção que adoro, Ouçam!!!
http://www.youtube.com/watch?v=wIj73r4qERI
Divino Raul Paz, divino cubano!!
http://www.youtube.com/watch?v=wIj73r4qERI
Divino Raul Paz, divino cubano!!
02/12/2007
01/12/2007
Esclarecendo umas coisinhas
Vamos deixar bem claro, eu não sou uma boa alma, não sou politicamente correta e nem de longe a pessoa mais simpatica do mundo.
Sou, na maioria das vezes irascivel, malvada, agressiva e um tantinho sadica.
Sou do contra por prazer, infelizmente!
Nunca vou ter dinheiro, nunca terei uma boa posição social ou profissional, o prazer de contrariar, de nadar contra corrente ou como diria a minha mãe, de procurar chifre em cabeça de cavalo, é muito maior.
As vezes me assusto um pouco quando me dou conta disso, meu lugar é onde estou mas nenhum lugar é meu lugar, non so se mi spiego.
Detesto a burrice e a ignorância das quais alguns seres humanos fazem alarde, mas detesto com a mesma força esses intelectuais inuteis que passam anos discutindo o ciclo menstrual do cavalo-marinho, alias da fêmea do cavalo-marinho.
E tudo isso por que? Acho, ou tenho certeza, que é o meu modo de me sentir livre, quanto menos preciso do mundo material, menos ele tem poder sobre mim, e intelectualmente a explicação nao varia.
Adoro poder ir ao cinema assistir Harry Potter e não ter que dar explicação a ninguém, também adoro ir ao cinema e assistir um super filme sério e não ter que fazer alarde.
Algumas vezes saio de casa, bela e formosa, noutras pareço um caminhoneiro que esqueceu de trocar o sapato sujo.
Sou, na maioria das vezes irascivel, malvada, agressiva e um tantinho sadica.
Sou do contra por prazer, infelizmente!
Nunca vou ter dinheiro, nunca terei uma boa posição social ou profissional, o prazer de contrariar, de nadar contra corrente ou como diria a minha mãe, de procurar chifre em cabeça de cavalo, é muito maior.
As vezes me assusto um pouco quando me dou conta disso, meu lugar é onde estou mas nenhum lugar é meu lugar, non so se mi spiego.
Detesto a burrice e a ignorância das quais alguns seres humanos fazem alarde, mas detesto com a mesma força esses intelectuais inuteis que passam anos discutindo o ciclo menstrual do cavalo-marinho, alias da fêmea do cavalo-marinho.
E tudo isso por que? Acho, ou tenho certeza, que é o meu modo de me sentir livre, quanto menos preciso do mundo material, menos ele tem poder sobre mim, e intelectualmente a explicação nao varia.
Adoro poder ir ao cinema assistir Harry Potter e não ter que dar explicação a ninguém, também adoro ir ao cinema e assistir um super filme sério e não ter que fazer alarde.
Algumas vezes saio de casa, bela e formosa, noutras pareço um caminhoneiro que esqueceu de trocar o sapato sujo.
Coisas que gosto em Paris 3
Miss-Tic é uma artista plastica que anda por ai colocando beleza nos muros de Paris.
A pagina web da moça é http://www.missticinparis.com/, vale a pena dar uma olhada.
29/11/2007
São nove da noite, estou cansada, quero dormir mas também não quero abandonar esse blog às moscas.
Trabalhei feito uma escrava, esta fazendo um frio horroroso, detesto o frio, fico triste, preciso da claridade do sol, este tempo tão cinza é de uma tristeza inominavel, minha casa esta mofando, eu estou mofando.
Não tenho ânimo nem para ler meus emails, menos ainda para estar aqui escrevendo, mas estou, porque esse blog começa a se transformar numa quase dependência, sou adicta do meu blog.
Fico buscando coisas interesssantes para pôr aqui e me esqueço que este espaço é meu, posso repetir indefinidamente a mesma palavra se tiver vontade, posso passar uma semana postando citações do Paulo Coelho (credo!), posso até escrever sobre a cor do meu cabelo, so diz respeito a mim, é o meu espaço.
Mas hoje nem para isso tenho muita força, vou dormir, amanhã quem sabe ou mais provavelmente no domingo, saira alguma coisa util nesta pagina virtual.
Boa noite a todos.
Trabalhei feito uma escrava, esta fazendo um frio horroroso, detesto o frio, fico triste, preciso da claridade do sol, este tempo tão cinza é de uma tristeza inominavel, minha casa esta mofando, eu estou mofando.
Não tenho ânimo nem para ler meus emails, menos ainda para estar aqui escrevendo, mas estou, porque esse blog começa a se transformar numa quase dependência, sou adicta do meu blog.
Fico buscando coisas interesssantes para pôr aqui e me esqueço que este espaço é meu, posso repetir indefinidamente a mesma palavra se tiver vontade, posso passar uma semana postando citações do Paulo Coelho (credo!), posso até escrever sobre a cor do meu cabelo, so diz respeito a mim, é o meu espaço.
Mas hoje nem para isso tenho muita força, vou dormir, amanhã quem sabe ou mais provavelmente no domingo, saira alguma coisa util nesta pagina virtual.
Boa noite a todos.
26/11/2007
Baudelaire
(...)A musseline chove abundantemente frente às janelas e frente à cama: ela se expande em cascatas nevadas.
Nesta cama esta deitada a Idola , a soberana dos sonhos. Mas como é que ela esta aqui? Quem a trouxe? Que poder magico a instalou neste trono de devaneios e volupia? O que importa? Esta aqui! Eu a reconheço.
São de fato, estes olhos cuja chama atravessa o crepusculo, estes sutis e terriveis olhinhos, que reconheço por sua assustadora malicia! Eles atraem, subjugam, devoram o olhar do imprudente que os contempla. Com frequência as estudei, estas estrelas negras que clamam por curiosidade e admiração.
A que demônio benévolo devo o estar assim rodeado de mistério, de silêncio, de paz e de perfumes? Oh, beatitude! O que geralmente denominamos vida, mesmo em sua expansão mais feliz, nada tem em comum com esta vida suprema da geral tenho ciência agora, e que saboreio minuto a minuto, segundo a segundo!
Não, ja não existem segundos! O tempo desapareceu; é a Eternidade que reina, uma eternidade de delicias. (...)
O quarto duplo
Pequenos Poemas em Prosa
Charles Baudelaire
Nesta cama esta deitada a Idola , a soberana dos sonhos. Mas como é que ela esta aqui? Quem a trouxe? Que poder magico a instalou neste trono de devaneios e volupia? O que importa? Esta aqui! Eu a reconheço.
São de fato, estes olhos cuja chama atravessa o crepusculo, estes sutis e terriveis olhinhos, que reconheço por sua assustadora malicia! Eles atraem, subjugam, devoram o olhar do imprudente que os contempla. Com frequência as estudei, estas estrelas negras que clamam por curiosidade e admiração.
A que demônio benévolo devo o estar assim rodeado de mistério, de silêncio, de paz e de perfumes? Oh, beatitude! O que geralmente denominamos vida, mesmo em sua expansão mais feliz, nada tem em comum com esta vida suprema da geral tenho ciência agora, e que saboreio minuto a minuto, segundo a segundo!
Não, ja não existem segundos! O tempo desapareceu; é a Eternidade que reina, uma eternidade de delicias. (...)
O quarto duplo
Pequenos Poemas em Prosa
Charles Baudelaire
24/11/2007
Musicas ou a incapacidade de coloca-las por aqui
Eu queria tanto colocar umas musiquinhas neste blog, tenho bom gosto, juro! Bom, nem sempre.
Confesso que tenho uma certa tendência brega hispânica mas prometo compensar com coisas serias e de indiscutivel bom gosto musical.
Por favor, se alguém souber como postar musica e videos do youtube no blog, please, per favore, s'il te plaît, por favor, me avisem!
Confesso que tenho uma certa tendência brega hispânica mas prometo compensar com coisas serias e de indiscutivel bom gosto musical.
Por favor, se alguém souber como postar musica e videos do youtube no blog, please, per favore, s'il te plaît, por favor, me avisem!
23/11/2007
Mulheres, religião, repressão e relativismo cultural
Passeando pela net, visitando alguns blogs que gosto muito e onde dou uma passada quase diariamente para saber se ha algo novo, deparei com uma discussão sobre o véu muçulmano.
Discussão que seria muito interessante se as debatedoras tivessem se apoiado somente em fatos e não se deixassem levar por lendas ou pela opinião do "arabe com quem namoro ou com quem saio". Mas claro que também houveram exceções e foram so essas exceções que me fizeram ler os comentarios.
O que me chamou a atenção e o que vem me fazendo pensar um pouco mais nestes ultimos meses sobre a condição feminina neste mundo tão machista e tão misogino foram algumas participantes desta discussão que quiseram comparar a situação da mulher no mundo islâmico e a situação da mulher no mundo não islâmico. "Nos somos tão oprimidas quanto essas mulheres", "Exigem que mostremos o corpo exatamente como exigem que elas o escondam", "Eu conheço muitos muçulmanos e eles são até muito ingênuos" e também passam a um argumento mais doloroso e muito mais sério que é a infibulação feminina.
Eu não estou escrevendo este texto com o intuito de demonizar a religião muçulmana, longe de mim, eu também conheço muçulmanos, tenho uma penca de amigos das mais diversas religiões, tenho um profundo respeito por quem consegue fazer da sua propria religião um assunto privado mas que seja claro, detesto o proselitismo vindo de qualquer religião que seja.
Eu estou aqui agora, sentada diante desse computador porque não sei exatamente como colocar por escrito a minha raiva quanto ao absurdo destas afirmações.
Eu não sou tão oprimida quanto uma mulher que nasceu e mora no Irã e onde existe uma policia especial so para vigiar os trajes feminininos, eu não sou obrigada a me desvestir como é obrigada a se cobrir uma mocinha passeando pelo Cairo, eu nao arrisco a minha vida quando escolho a minha roupa. Por mais que eu acredite no respeito e no multiculturalismo eu não consigo e não quero relativizar uma violência absurda como a excisão ou no seu caso extremo a infibulação feminina.
Eu não vou fazer aqui um relato detalhado deste absurdo(para isso existe internet e um sem numero de informação sobre o assunto), mas gostaria so de lembrar que a excisão é um costume pré islâmico, e se hoje são sociedades muçulmanas na sua maioria a pratica-la podemos encontrar também a mutilação entre sociedades cristãs e animistas, sobretudo em alguns(muitos para o meu gosto) paises africanos.
As religiões monoteistas de uma forma ou de outra sempre oprimiram as mulheres, basta que nos lembremos da inquisição ou que usemos como exemplo o patriarcado judeu ou cristão.
Lembrar-se de tudo isso não ameniza o tratamento dado as mulheres em alguns paises de fé muçulmana, gostaria so que essas pessoas se informassem um pouquinho melhor, tem uma quantidade imensa de coisa interessante por ai para se ler, jornais, livros, até quadrinhos.
Irshad Manji, Nawal el Saadawi, Assia Djebar, Fatima Mernissi, Taslima Nasreen, Marjane Satrapi entre tantas e tantos outros.
Citei somente o nome de mulheres, essas damas tiveram uma relação muito estreita com o islã, nasceram em familias muçulmanas na sua maioria e escreveram sobre a liberdade e a condição feminina, alguns pagam com a propria liberdade, como Nasreen e Manji que vivem com proteção policial ou como Nawal el Saadawi que passou um longo tempo em prisão. Essas mulheres cometeram o mais atroz dos pecados: escreveram sobre a condição de outras mulheres ou delas mesmas dentro da sociedade muçulmana.
E por favor, para terminar "conheço muitos muçulmanos e eles são até muito ingênuos" isso é do racismo puro, acompanhado de uma super dose de complexo de superioridade.
Discussão que seria muito interessante se as debatedoras tivessem se apoiado somente em fatos e não se deixassem levar por lendas ou pela opinião do "arabe com quem namoro ou com quem saio". Mas claro que também houveram exceções e foram so essas exceções que me fizeram ler os comentarios.
O que me chamou a atenção e o que vem me fazendo pensar um pouco mais nestes ultimos meses sobre a condição feminina neste mundo tão machista e tão misogino foram algumas participantes desta discussão que quiseram comparar a situação da mulher no mundo islâmico e a situação da mulher no mundo não islâmico. "Nos somos tão oprimidas quanto essas mulheres", "Exigem que mostremos o corpo exatamente como exigem que elas o escondam", "Eu conheço muitos muçulmanos e eles são até muito ingênuos" e também passam a um argumento mais doloroso e muito mais sério que é a infibulação feminina.
Eu não estou escrevendo este texto com o intuito de demonizar a religião muçulmana, longe de mim, eu também conheço muçulmanos, tenho uma penca de amigos das mais diversas religiões, tenho um profundo respeito por quem consegue fazer da sua propria religião um assunto privado mas que seja claro, detesto o proselitismo vindo de qualquer religião que seja.
Eu estou aqui agora, sentada diante desse computador porque não sei exatamente como colocar por escrito a minha raiva quanto ao absurdo destas afirmações.
Eu não sou tão oprimida quanto uma mulher que nasceu e mora no Irã e onde existe uma policia especial so para vigiar os trajes feminininos, eu não sou obrigada a me desvestir como é obrigada a se cobrir uma mocinha passeando pelo Cairo, eu nao arrisco a minha vida quando escolho a minha roupa. Por mais que eu acredite no respeito e no multiculturalismo eu não consigo e não quero relativizar uma violência absurda como a excisão ou no seu caso extremo a infibulação feminina.
Eu não vou fazer aqui um relato detalhado deste absurdo(para isso existe internet e um sem numero de informação sobre o assunto), mas gostaria so de lembrar que a excisão é um costume pré islâmico, e se hoje são sociedades muçulmanas na sua maioria a pratica-la podemos encontrar também a mutilação entre sociedades cristãs e animistas, sobretudo em alguns(muitos para o meu gosto) paises africanos.
As religiões monoteistas de uma forma ou de outra sempre oprimiram as mulheres, basta que nos lembremos da inquisição ou que usemos como exemplo o patriarcado judeu ou cristão.
Lembrar-se de tudo isso não ameniza o tratamento dado as mulheres em alguns paises de fé muçulmana, gostaria so que essas pessoas se informassem um pouquinho melhor, tem uma quantidade imensa de coisa interessante por ai para se ler, jornais, livros, até quadrinhos.
Irshad Manji, Nawal el Saadawi, Assia Djebar, Fatima Mernissi, Taslima Nasreen, Marjane Satrapi entre tantas e tantos outros.
Citei somente o nome de mulheres, essas damas tiveram uma relação muito estreita com o islã, nasceram em familias muçulmanas na sua maioria e escreveram sobre a liberdade e a condição feminina, alguns pagam com a propria liberdade, como Nasreen e Manji que vivem com proteção policial ou como Nawal el Saadawi que passou um longo tempo em prisão. Essas mulheres cometeram o mais atroz dos pecados: escreveram sobre a condição de outras mulheres ou delas mesmas dentro da sociedade muçulmana.
E por favor, para terminar "conheço muitos muçulmanos e eles são até muito ingênuos" isso é do racismo puro, acompanhado de uma super dose de complexo de superioridade.
17/11/2007
Casa
Eu sonho com uma casa. Grande, com um patio interior como aquelas velhas casas andaluzas. Eu a pintaria de cores muito claras, mas nada de beiginho ou parecidos, detesto beiginho na parede!
Lilas, azul, verde. Talvez colocasse um amarelo ouro na cozinha, uma mesa branca com cadeiras patinadas, um sofa, livros.
Meu quarto teria que ser branco, com muita claridade que tenho medo do escuro.
A sala imensa com janelões e portões dando para o patio onde eu colocaria jasmim e hibiscos. Flores em todos os cômodos, um flamboyant na frente e bouganvilias fazendo a minha cerca.
Banheiros imensos, com banheiras brancas e la tambem muitos livros.
Quartos de hospedes, pois minha casa so teria sentido se fosse sempre visitada por todas as pessoas que amo.
Velas, livros, quadros na parede e todas as coisas que tenho adquirido por doação ou recuperação nestes ultimos anos.
A casa teria que ser bem velha, com marcas de seu passado e de seus habitantes anteriores, minha casa tem que ter historia, meus moveis recuperados, minha cozinha com cheiro de bolo.
Cães e uma tartaruga no jardim, gatos onde quisessem estar e lagartixas passeando pelas paredes.
Umas galinhas d'Angola para a minha admiração, um jardim sem muita ordem, onde despontassem cores sem nenhuma regra.
Nas noites de sexta feira eu convocaria os espiritos da casa e com eles dançaria e me embriagaria com elixires vindos de um outro mundo.
Eu me vestiria com meu traje a rigor, meu longo vestido roxo, transparente, meus cabelos soltos e enfeitados com as bouganvilias do jardim e celebraria a imensa felicidade de possuir esta casa tão visitada e tão cheia de historia.
Lilas, azul, verde. Talvez colocasse um amarelo ouro na cozinha, uma mesa branca com cadeiras patinadas, um sofa, livros.
Meu quarto teria que ser branco, com muita claridade que tenho medo do escuro.
A sala imensa com janelões e portões dando para o patio onde eu colocaria jasmim e hibiscos. Flores em todos os cômodos, um flamboyant na frente e bouganvilias fazendo a minha cerca.
Banheiros imensos, com banheiras brancas e la tambem muitos livros.
Quartos de hospedes, pois minha casa so teria sentido se fosse sempre visitada por todas as pessoas que amo.
Velas, livros, quadros na parede e todas as coisas que tenho adquirido por doação ou recuperação nestes ultimos anos.
A casa teria que ser bem velha, com marcas de seu passado e de seus habitantes anteriores, minha casa tem que ter historia, meus moveis recuperados, minha cozinha com cheiro de bolo.
Cães e uma tartaruga no jardim, gatos onde quisessem estar e lagartixas passeando pelas paredes.
Umas galinhas d'Angola para a minha admiração, um jardim sem muita ordem, onde despontassem cores sem nenhuma regra.
Nas noites de sexta feira eu convocaria os espiritos da casa e com eles dançaria e me embriagaria com elixires vindos de um outro mundo.
Eu me vestiria com meu traje a rigor, meu longo vestido roxo, transparente, meus cabelos soltos e enfeitados com as bouganvilias do jardim e celebraria a imensa felicidade de possuir esta casa tão visitada e tão cheia de historia.
16/11/2007
Fazem três dias que os transportes estão em greve e estou de molho em casa sem poder ir trabalhar. Uma pessoa normal aproveitaria o tempo para terminar uma ficha de leitura sobre o primeiro livro do Capital (terminar não, começar), ou quem sabe, fazer a barra da unica calça jeans que tenho e que é muito comprida para mim, ou melhor ainda, procurar uma escola de yoga aqui perto de casa para ver se consigo me mexer um pouco.
Mas como ninguém é perfeito... Comi como uma porca obesa, passei o tempo na frente da internet ou na frente da televisão e a unica coisa util que fiz foi conseguir tomar um banho esta manhã.
Mas amanhã porque Deus existe e ele sabe que não posso me transformar numa inutil completa, a greve acabara e se eu ainda não tiver perdido o emprego, acordarei as sete e so voltarei à casa depois de um dia de trabalho duro. Juro!
Mas como ninguém é perfeito... Comi como uma porca obesa, passei o tempo na frente da internet ou na frente da televisão e a unica coisa util que fiz foi conseguir tomar um banho esta manhã.
Mas amanhã porque Deus existe e ele sabe que não posso me transformar numa inutil completa, a greve acabara e se eu ainda não tiver perdido o emprego, acordarei as sete e so voltarei à casa depois de um dia de trabalho duro. Juro!
15/11/2007
Que saco, hoje queria que a humanidade parasse tudo o que esta em curso e se preocupasse so em resolver minha vida.
Tipo assim, me conseguir um emprego que me dê prazer e não somente a possibilidade de pagar o aluguel no fim do mês, um regime a base de coca cola e bolo mas que me fizesse emagrecer 5 kg em uma semana, uma casa igual aquela do filme Sob o céu da Toscana(mas bem longe da Toscana e da bota inteira) e uma graninha extra no banco para ir ao Tahiti, tomar agua de côco, banho de mar e trocar umas idéias com um daqueles morenos cabeludos e tatuados!
Tipo assim, me conseguir um emprego que me dê prazer e não somente a possibilidade de pagar o aluguel no fim do mês, um regime a base de coca cola e bolo mas que me fizesse emagrecer 5 kg em uma semana, uma casa igual aquela do filme Sob o céu da Toscana(mas bem longe da Toscana e da bota inteira) e uma graninha extra no banco para ir ao Tahiti, tomar agua de côco, banho de mar e trocar umas idéias com um daqueles morenos cabeludos e tatuados!
14/11/2007
Você e eu
Temos tanto amor,
Ardendo qual fogo,
Que nele cozemos um torrão de argila
Modelando numa figura minha
E uma figura sua,
Que tomamos
E quebramos em pedaços,
E misturamos com agua,
E novamente modelamos
Uma figura sua
E uma figura minha.
Eu estou na sua argila.
Você na minha argila.
Na vida dividimos um so manto.
Na morte dividiremos uma so cova.
The Orchid Boat: Women Poets of Chine
P.S.1: Imagem de Collete Calascione
P.S.2: Muito obrigada dona Walkiria, a casa é sua, fico muito contente com a sua visita.
Advertência
Quando eu for velha vou me vestir de roxo
Com um chapéu vermelho que não combina e não me deixa bem.
Quero gastar minha aposentadoria em conhaque, luvas de seda
E sandalias de cetim, e dizer que não temos o dinheiro da manteiga.
Sentar-me no chão quando estiver cansada
Devorar amostras nas lojas e apertar botões de alarme
E raspar minha bengala pelos gradis das ruas
Para compensar a sobriedade da minha juventude.
Sairei de chinelos na chuva
Colherei flores em jardins alheios
E aprenderei a escarrar.
Poder usar blusas medonhas e deixar-me engordar
E comer dois quilos de linguiça por uma semana
E estocar caneta e lapis e bolachas de chope e coisas em caixas.
Mas por ora devemos ter roupas que nos mantenham secas
Pagar nosso aluguel e não xingar pelas ruas
Dando bom exemplo para as crianças.
Temos de convidar amigos para o jantar e ler os jornais.
Mas e se eu pudesse ir praticando um pouco agorinha mesmo?
Para que quem me conhece não fique chocado ou surpreso
Quando eu de repente for velha e passar a usar roxo.
Jenny Noseph
Com um chapéu vermelho que não combina e não me deixa bem.
Quero gastar minha aposentadoria em conhaque, luvas de seda
E sandalias de cetim, e dizer que não temos o dinheiro da manteiga.
Sentar-me no chão quando estiver cansada
Devorar amostras nas lojas e apertar botões de alarme
E raspar minha bengala pelos gradis das ruas
Para compensar a sobriedade da minha juventude.
Sairei de chinelos na chuva
Colherei flores em jardins alheios
E aprenderei a escarrar.
Poder usar blusas medonhas e deixar-me engordar
E comer dois quilos de linguiça por uma semana
E estocar caneta e lapis e bolachas de chope e coisas em caixas.
Mas por ora devemos ter roupas que nos mantenham secas
Pagar nosso aluguel e não xingar pelas ruas
Dando bom exemplo para as crianças.
Temos de convidar amigos para o jantar e ler os jornais.
Mas e se eu pudesse ir praticando um pouco agorinha mesmo?
Para que quem me conhece não fique chocado ou surpreso
Quando eu de repente for velha e passar a usar roxo.
Jenny Noseph
11/11/2007
Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos indios, a escolarização das crianças, a reforma agraria, o socialismo em liberdade, a universidade necessaria. Na verdade, somei mais fracassos que vitorias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrivel seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas.
Darci Ribeiro
Darci Ribeiro
10/11/2007
Sempre achei um pouco esnobe isso de dizer que se é cidadão do mundo, mas também nunca consegui encontrar uma expressão que a pudesse substituir.
Na verdade acho que ser cidadã ou cidadão do mundo é aquela facilidade inexplicavel de se sentir em casa em qualquer lugar. Poder dizer tranquilamente que nossa casa é aqui e agora, isso para mim é sublime e graças a todos os deuses é exatamente assim que me sinto. Claro que houveram exceções, lugares onde me maltrataram e não pude querer para mim, para minha casa, mas foram raros, quase inexistentes.
Não adianta viver fora do lugar onde nascemos se é para passar o tempo blasfemando o destino cruel ou pior ainda, ficar sentindo que se estaria melhor em outro lugar.
E não acho também que é um verdadeiro viajante, quem conhece as cidades pela metade, quem não sente o cheiro das pessoas, não escuta as vozes, não come o que elas comem.
Conheci gente que conhecia todos os lugares e não conhecia lugar nenhum. Eu preciso de tempo, tirar fotos em frente a monumentos não me interessa.
E a vida de verdade que me interessa e nada mais.
Na verdade acho que ser cidadã ou cidadão do mundo é aquela facilidade inexplicavel de se sentir em casa em qualquer lugar. Poder dizer tranquilamente que nossa casa é aqui e agora, isso para mim é sublime e graças a todos os deuses é exatamente assim que me sinto. Claro que houveram exceções, lugares onde me maltrataram e não pude querer para mim, para minha casa, mas foram raros, quase inexistentes.
Não adianta viver fora do lugar onde nascemos se é para passar o tempo blasfemando o destino cruel ou pior ainda, ficar sentindo que se estaria melhor em outro lugar.
E não acho também que é um verdadeiro viajante, quem conhece as cidades pela metade, quem não sente o cheiro das pessoas, não escuta as vozes, não come o que elas comem.
Conheci gente que conhecia todos os lugares e não conhecia lugar nenhum. Eu preciso de tempo, tirar fotos em frente a monumentos não me interessa.
E a vida de verdade que me interessa e nada mais.
Pronoia
(...) Não podemos deixar que os loucos que governam o mundo levem adianta a sua maldição. Temos que nos levantar e combater contra a sua logica doente, desafiar suas tragicas bruxarias e liberar a nossa raiva sagrada, transformando-a em algo ainda mais sagrado, ainda mais enraivecida.
Mas protestar contra os mortos vivos nao é suficiente. Nos não podemos nos consumir com a nossa raiva, e não podemos nos obssessionar com o seu perigo. Os nossos corpos cheios de misterio desejam delicias e fertilidade. A nossa desenfreiada imaginação quer sentir o fresco sabor do infinito. (p.11)
(...)Eis um corolario ao mandamento de Jesus de amar o proximo como a ti mesmo: "Amarei o lado escuro e espinhoso do meu proximo - não so aquele atraente e amigavel - e o encorajarei a se exprimir de modo criativo. (p.150)
A lição que a vida nos da continuamente é: "olha embaixo dos teus pés". Você esta sempre mais proximo as reais fontes do teu poder do que você imagina. O fascinio do que esta distante é dificil e enganoso. A grande oportunidade se encontra exatamente no ponto onde você esta. Não despreze o lugar e o momento en que você se encontra. Cada lugar é o centro do mundo. - John Burroughs (p.245)
"A natureza exulta no radicalimo, no extremismo e na anarquia. Se tivessemos que julga-la pelo seu senso comum ou probabilidade, nao acreditariamos na existência do mundo. Na natureza as improbabilidades são os unicos artigos em venda. A criação inteira é uma unica franja de loucos extremistas...nenhuma afirmação de uma ou todas as revelações sera mais inverosimil que uma so girafa." - Annie Dillard (p.246)
Do titulo em inglês, PRONOIA IS THE ANTIDOTE FOR PARANOIA, o livro do Rob Brezsny é uma delicia para quem quer uma leitura otimista, politicamente incorreta e com um fundo de esoterismo hippie.
A pagina web do autor onde se pode encontrar também o horoscopo mais inteligente que eu conheço é: http://www.freewillastrology.com/
O livro foi o presente de um casal italiano, eles também um delicioso presente.
Mas protestar contra os mortos vivos nao é suficiente. Nos não podemos nos consumir com a nossa raiva, e não podemos nos obssessionar com o seu perigo. Os nossos corpos cheios de misterio desejam delicias e fertilidade. A nossa desenfreiada imaginação quer sentir o fresco sabor do infinito. (p.11)
(...)Eis um corolario ao mandamento de Jesus de amar o proximo como a ti mesmo: "Amarei o lado escuro e espinhoso do meu proximo - não so aquele atraente e amigavel - e o encorajarei a se exprimir de modo criativo. (p.150)
Tudo aquilo que te peço
1
Que você seja a minha dança em camera lenta.
O terremoto no dia do meu aniversario.
A minha escada de marmore no meio de um gramado no Vermont.
A minha vertical sob as mãos na barra;
a minha semana tumultuada na escola dos palhaços,
a minha piada contada a um bruxo siberiano
enquanto fazemos compras.
Que voce seja o meu ultimo porquê. (...) (p.170)
A lição que a vida nos da continuamente é: "olha embaixo dos teus pés". Você esta sempre mais proximo as reais fontes do teu poder do que você imagina. O fascinio do que esta distante é dificil e enganoso. A grande oportunidade se encontra exatamente no ponto onde você esta. Não despreze o lugar e o momento en que você se encontra. Cada lugar é o centro do mundo. - John Burroughs (p.245)
"A natureza exulta no radicalimo, no extremismo e na anarquia. Se tivessemos que julga-la pelo seu senso comum ou probabilidade, nao acreditariamos na existência do mundo. Na natureza as improbabilidades são os unicos artigos em venda. A criação inteira é uma unica franja de loucos extremistas...nenhuma afirmação de uma ou todas as revelações sera mais inverosimil que uma so girafa." - Annie Dillard (p.246)
Do titulo em inglês, PRONOIA IS THE ANTIDOTE FOR PARANOIA, o livro do Rob Brezsny é uma delicia para quem quer uma leitura otimista, politicamente incorreta e com um fundo de esoterismo hippie.
A pagina web do autor onde se pode encontrar também o horoscopo mais inteligente que eu conheço é: http://www.freewillastrology.com/
O livro foi o presente de um casal italiano, eles também um delicioso presente.
Anna Boyé
Imagem Anna Boyé
Encontrei na net um site muito interessante para quem gosta de fotografia e reportagem social.
http://www.annaboye.com/, vale a pena dar uma passada por la.
http://www.annaboye.com/, vale a pena dar uma passada por la.
03/11/2007
Ler
Ha algum tempo atras li um texto muito interessante no programa da biblioteca onde o autor, que não lembro o nome, tentava explicar o que era para ele o significado da leitura.
Ele diz que ler, serve para ler. Nenhuma utilidade especial, nenhum sentido especial.
Me lembro muito bem desta frase pois ja ouvi um bom milhão de vezes a mesma pergunta, ler tanto serve para que?
Ora, serve para não fazer essa pergunta idiota para nenhuma outra pessoa. Para ocupar meu tempo, para aprender coisas novas, e muitas vezes para encher a alma de alegria ou melancolia, e ai depende do livro.
Mas acima de tudo, acho que ler serve para ler mesmo.
Cada dia que passa me deparo com mais pessoas vazias, superficiais, que correm atras desesperadamente do ter e ja esqueceram faz tempo o ser ou pior ainda o sentir.
Um mundo extranho onde não vale o ocio que alimenta a alma, onde tudo que não se apresenta de forma clara e maniqueista é inutil.
Pois eu me nego a fazer parte desse mundo sem graça, não quero procurar sentido material em tudo o que faço e menos ainda quero ter que explicar porque faço o que faço.
Leio é por prazer mesmo, e so quem gosta pode entender.
(...)
Pero ya no te puedo hablar de esas cosas, digamos que todo se acabo y que yo ando por ahi vagando, dando vueltas, buscando el norte, el sur, si es que lo busco. Si es que lo busco. Pero si no los buscara, que es esto? Oh mi amor, te extraño, me doles en la piel, en la garganta, cada vez que respiro es como si el vacio me entrara en el pecho donde ya no estas.
in Rayuela, Julio Cortazar
Ele diz que ler, serve para ler. Nenhuma utilidade especial, nenhum sentido especial.
Me lembro muito bem desta frase pois ja ouvi um bom milhão de vezes a mesma pergunta, ler tanto serve para que?
Ora, serve para não fazer essa pergunta idiota para nenhuma outra pessoa. Para ocupar meu tempo, para aprender coisas novas, e muitas vezes para encher a alma de alegria ou melancolia, e ai depende do livro.
Mas acima de tudo, acho que ler serve para ler mesmo.
Cada dia que passa me deparo com mais pessoas vazias, superficiais, que correm atras desesperadamente do ter e ja esqueceram faz tempo o ser ou pior ainda o sentir.
Um mundo extranho onde não vale o ocio que alimenta a alma, onde tudo que não se apresenta de forma clara e maniqueista é inutil.
Pois eu me nego a fazer parte desse mundo sem graça, não quero procurar sentido material em tudo o que faço e menos ainda quero ter que explicar porque faço o que faço.
Leio é por prazer mesmo, e so quem gosta pode entender.
(...)
Pero ya no te puedo hablar de esas cosas, digamos que todo se acabo y que yo ando por ahi vagando, dando vueltas, buscando el norte, el sur, si es que lo busco. Si es que lo busco. Pero si no los buscara, que es esto? Oh mi amor, te extraño, me doles en la piel, en la garganta, cada vez que respiro es como si el vacio me entrara en el pecho donde ya no estas.
in Rayuela, Julio Cortazar
01/11/2007
Conversas interessantes
-Ai que bom, você é brasileira! Ta ha muito tempo por aqui? Gosta de morar em Paris?
-Sim, estou por aqui fazem alguns anos e gosto muito sim.
-Então vou aproveitar que você fala português pra te perguntar uma coisa: a gente estava pensando em ir ao Louvre, mas ja é tarde, então eu queria saber se tem outro museu daqueles famosos aqui em Paris.
-Olha têm muitos museus em Paris, mas estamos pertinho do Museu d'Orsay, vocês poderiam ir la.
-Mas o que é que tem de bom la?
-Muitos impressionistas, tem Renoir, tem Gauguin, Manet, Rousseau, Monet... tem bastante coisa, é um museu grande, belissimo, vale a pena!
-Ah, mas daqueles pintores famosos feito a Monalisa, não tem não?
E eu juro pelos filhinhos que um dia terei que tudo que foi escrito acima é verdade. Assino e dou fé.
-Sim, estou por aqui fazem alguns anos e gosto muito sim.
-Então vou aproveitar que você fala português pra te perguntar uma coisa: a gente estava pensando em ir ao Louvre, mas ja é tarde, então eu queria saber se tem outro museu daqueles famosos aqui em Paris.
-Olha têm muitos museus em Paris, mas estamos pertinho do Museu d'Orsay, vocês poderiam ir la.
-Mas o que é que tem de bom la?
-Muitos impressionistas, tem Renoir, tem Gauguin, Manet, Rousseau, Monet... tem bastante coisa, é um museu grande, belissimo, vale a pena!
-Ah, mas daqueles pintores famosos feito a Monalisa, não tem não?
E eu juro pelos filhinhos que um dia terei que tudo que foi escrito acima é verdade. Assino e dou fé.
Coisas que gosto em Paris 2
27/10/2007
Ingres
18/10/2007
Serge Gainsbourg
Tu fais la moue, tu souris
Tu as tes moods
Tu as tes heures
Tu fais l'amour et tu cries
Trois secondes après tu pleures
Tu es imprévisible
Je ne sais
Comment te saisir
Comment faire pour accéder
A tous tes désirs
Oh jolie laide, laide jolie
Souvent mignonne, vilaine aussi
Tu es le jour, tu es la nuit
Tu t'allumes, tu t'éteins au gré de ta fantaisie
Oh jolie laide, laide jolie
Parfois charmante, odieuse aussi
Tu es le jour, tu es la nuit
Tu t'allumes et tu t'éteins au gré de ta fantaisie
Tu vois tout en rose et gris
Tu es pile et tu es face
Que tu sois amère ou aigrie
D'un sourire tout s'efface
Tu sautes à pieds joints dans toutes tes sautes d'humeur
Du rouge en rose bonbon, tu changes de couleur
Tradução livre e mais ou menos literal:
Você faz careta, você sorri
Você tem seus caprichos
Você tem suas horas
Você faz amor e você grita
Três segundos depois você chora
Você é imprevisivel
E eu não sei
Como te prender
Como fazer pra aceder a todos os teus desejos
Oh bela sem graça, sem graça e bela
Muitas vezes uma graça, outras a vilã
Você é o dia, você é a noite
Você se acende, você se apaga, como quer a tua fantasia
Oh bela sem graça, sem graça e bela
As vezes um charme, detestavel também
Você é o dia, você é a noite
Você se acende, você se apaga, como quer a tua fantasia
Você vê tudo em rosa e cinza
Você é cara e você é coroa
Que você seja amarga ou agria
Com um sorriso tudo se apaga
Você salta com os teus pés juntinhos em todos os teus saltos de humor
Do vermelho em rosa bombom você troca de cor
Tu as tes moods
Tu as tes heures
Tu fais l'amour et tu cries
Trois secondes après tu pleures
Tu es imprévisible
Je ne sais
Comment te saisir
Comment faire pour accéder
A tous tes désirs
Oh jolie laide, laide jolie
Souvent mignonne, vilaine aussi
Tu es le jour, tu es la nuit
Tu t'allumes, tu t'éteins au gré de ta fantaisie
Oh jolie laide, laide jolie
Parfois charmante, odieuse aussi
Tu es le jour, tu es la nuit
Tu t'allumes et tu t'éteins au gré de ta fantaisie
Tu vois tout en rose et gris
Tu es pile et tu es face
Que tu sois amère ou aigrie
D'un sourire tout s'efface
Tu sautes à pieds joints dans toutes tes sautes d'humeur
Du rouge en rose bonbon, tu changes de couleur
Tradução livre e mais ou menos literal:
Você faz careta, você sorri
Você tem seus caprichos
Você tem suas horas
Você faz amor e você grita
Três segundos depois você chora
Você é imprevisivel
E eu não sei
Como te prender
Como fazer pra aceder a todos os teus desejos
Oh bela sem graça, sem graça e bela
Muitas vezes uma graça, outras a vilã
Você é o dia, você é a noite
Você se acende, você se apaga, como quer a tua fantasia
Oh bela sem graça, sem graça e bela
As vezes um charme, detestavel também
Você é o dia, você é a noite
Você se acende, você se apaga, como quer a tua fantasia
Você vê tudo em rosa e cinza
Você é cara e você é coroa
Que você seja amarga ou agria
Com um sorriso tudo se apaga
Você salta com os teus pés juntinhos em todos os teus saltos de humor
Do vermelho em rosa bombom você troca de cor
17/10/2007
Paris
Eu gosto muito de Paris. Eu sei, todo mundo adooooora Paris!
Mas eu estou falando de uma outra Paris, não é aquela cidade linda que encanta os turistas, seus museus fenomenais, sua torre imponente, nao que ela não seja tudo isso, mas para um morador de Paris acho que as coisas que contam mesmo são um pouquinho menos evidentes para o visitante de uma semana.
E eu gosto dos franceses. São incapazes de ser responsaveis do que quer que seja, sempre a culpa do mal feito é de alguma outra pessoa, nunca conseguem responder com um simples não ou uma afirmativa de três letrinhas, precisam contar uma longa historia que em geral quando terminam eu ja perdi a paciência e ja esqueci o que queria realmente saber, mas que apesar dos pesares tem um espirito contestatario que eu admiro profundamente. E claro, levanto a bandeira junto se for do meu agrado.
Mas o que eu gosto sobretudo em Paris, é essa mistura de gente de toda cor, entrar no metrô e num lapso de 15 minutos escutar 5 linguas diferentes de pessoas que como eu moram aqui e tentam se adaptar de uma forma ou de outra a uma realidade que ainda não nos pertence.
Eu gosto dos bairros populares, adoro Barbés, so compro carne la; os restaurantes indianos da rua que esta encima da Gare du Nord, os restaurantes vietnamitas de Belleville, os bares en Marcadet ou Pigalle, a vida noturna de Montmartre que ainda nao esta corrompida pelas patricinhas e os mauricinhos sem imaginação e sem tesão.
E as livrarias então? E barato comprar livro em Paris, muito barato. E tem para todos os gostos e em todas as linguas.
Poderia passar o dia aqui, escrevendo sobre tudo que amo em Paris mas então esse post ficaria longo demais e eu sou preguiçosa demais para isso, mas se vierem a Paris, não deixem passar tudo isso, troquem duas horas de fila para ver a Monalisa e passem esse tempo nos jardins do museu Rodin, e se o tempo alcançar, deêm uma passada na Grande Mesquita e depois de uma visitinha no seu interior façam a volta no quarteirão sentem-se no delicioso bar que faz parte da mesma estrutura e tomem um cha com docinhos arabes se possivel folheando um belo livro de fotos ou simplesmente aproveitando para respirar Paris.
Mas eu estou falando de uma outra Paris, não é aquela cidade linda que encanta os turistas, seus museus fenomenais, sua torre imponente, nao que ela não seja tudo isso, mas para um morador de Paris acho que as coisas que contam mesmo são um pouquinho menos evidentes para o visitante de uma semana.
E eu gosto dos franceses. São incapazes de ser responsaveis do que quer que seja, sempre a culpa do mal feito é de alguma outra pessoa, nunca conseguem responder com um simples não ou uma afirmativa de três letrinhas, precisam contar uma longa historia que em geral quando terminam eu ja perdi a paciência e ja esqueci o que queria realmente saber, mas que apesar dos pesares tem um espirito contestatario que eu admiro profundamente. E claro, levanto a bandeira junto se for do meu agrado.
Mas o que eu gosto sobretudo em Paris, é essa mistura de gente de toda cor, entrar no metrô e num lapso de 15 minutos escutar 5 linguas diferentes de pessoas que como eu moram aqui e tentam se adaptar de uma forma ou de outra a uma realidade que ainda não nos pertence.
Eu gosto dos bairros populares, adoro Barbés, so compro carne la; os restaurantes indianos da rua que esta encima da Gare du Nord, os restaurantes vietnamitas de Belleville, os bares en Marcadet ou Pigalle, a vida noturna de Montmartre que ainda nao esta corrompida pelas patricinhas e os mauricinhos sem imaginação e sem tesão.
E as livrarias então? E barato comprar livro em Paris, muito barato. E tem para todos os gostos e em todas as linguas.
Poderia passar o dia aqui, escrevendo sobre tudo que amo em Paris mas então esse post ficaria longo demais e eu sou preguiçosa demais para isso, mas se vierem a Paris, não deixem passar tudo isso, troquem duas horas de fila para ver a Monalisa e passem esse tempo nos jardins do museu Rodin, e se o tempo alcançar, deêm uma passada na Grande Mesquita e depois de uma visitinha no seu interior façam a volta no quarteirão sentem-se no delicioso bar que faz parte da mesma estrutura e tomem um cha com docinhos arabes se possivel folheando um belo livro de fotos ou simplesmente aproveitando para respirar Paris.
Coisas que gosto em Paris 1
15/10/2007
1542, Conlapayara: Las Amazonas
No tenia mala cara la batalla, hoy, dia de San Juan. Desde los bergantines, los hombres de Francisco de Orellana estaban vaciando de enemigos, a rafagas de arcabuz y de ballesta, las blancas canoas venidas de la costa.
Pero pelo los dientes la bruja. Aparecieron las mujeres guerreras, tan bellas y feroces que eran un escandalo, y entonces las canoas cubrieron el rio y los navios salieron disparados, rio arriba, como puercoespines asustados, erizados de flechas de proa a popa y hasta en el palo mayor.
Las capitanas pelearon riendo. Se pusieron al trapio, y ya no hubo miedo en la aldea de Conlapayara. Pelearon riendo y danzando y cantando, las tetas vibrantes al aire, hasta que los españoles se perdieron mas alla de la boca del rio Tapajos, exhaustos de tanto esfuerzo y asombro.
Habian oido hablar de estas mujeres, y ahora creen. Ellas viven al sur, en señorios sin hombres donde ahogan a los hijos que nacen varones. Cuando el cuerpo pide, dan guerra a las tribus de la costa y arrancan prisioneros. Los devuelven a la mañana siguiente. Al cabo de una noche de amor, el que ha llegado muchacho regresa viejo.
Orellana y sus soldados continuaran recorriendo el rio mas caudaloso del mundo y saldran a la mar sin piloto , ni brujula, ni carta de navegacion. Viajan en los dos bergantines que ellos han construido o inventado a golpes de hacha, en plena selva, haciendo clavos y bisagras con las herraduras de los caballos muertos y soplando el carbon con borceguies convertidos en fuelles. Se dejan ir al garete por el rio de las Amazonas, costeando selva, sin energias para el remo, y van musitando oraciones: ruegan a Dios que sean machos, por muchos que sean, los proximos enemigos.
Eduardo Galeano - Mujeres
eu nao sei colocar acento neste teclado mas sei acentuar em espanhol se alguém tem alguma duvida!
Pero pelo los dientes la bruja. Aparecieron las mujeres guerreras, tan bellas y feroces que eran un escandalo, y entonces las canoas cubrieron el rio y los navios salieron disparados, rio arriba, como puercoespines asustados, erizados de flechas de proa a popa y hasta en el palo mayor.
Las capitanas pelearon riendo. Se pusieron al trapio, y ya no hubo miedo en la aldea de Conlapayara. Pelearon riendo y danzando y cantando, las tetas vibrantes al aire, hasta que los españoles se perdieron mas alla de la boca del rio Tapajos, exhaustos de tanto esfuerzo y asombro.
Habian oido hablar de estas mujeres, y ahora creen. Ellas viven al sur, en señorios sin hombres donde ahogan a los hijos que nacen varones. Cuando el cuerpo pide, dan guerra a las tribus de la costa y arrancan prisioneros. Los devuelven a la mañana siguiente. Al cabo de una noche de amor, el que ha llegado muchacho regresa viejo.
Orellana y sus soldados continuaran recorriendo el rio mas caudaloso del mundo y saldran a la mar sin piloto , ni brujula, ni carta de navegacion. Viajan en los dos bergantines que ellos han construido o inventado a golpes de hacha, en plena selva, haciendo clavos y bisagras con las herraduras de los caballos muertos y soplando el carbon con borceguies convertidos en fuelles. Se dejan ir al garete por el rio de las Amazonas, costeando selva, sin energias para el remo, y van musitando oraciones: ruegan a Dios que sean machos, por muchos que sean, los proximos enemigos.
Eduardo Galeano - Mujeres
eu nao sei colocar acento neste teclado mas sei acentuar em espanhol se alguém tem alguma duvida!
10/10/2007
08/10/2007
Cazuza
Dia desses recebi um email de um texto que estava rolando pela net de uma psicologa que depois de assistir com a filha adolescente o filme sobre a vida do Cazuza faz uma critica feroz ao personagem.
O texto chama o Cazuza de marginal. Por que usava drogas? Porque era gay? Por que era musico? Por que morreu de Aids?
Até ai consegui manter a calma mas o texto chega a um ponto onde todos aqueles valores morais puritanos que fazem parte da nossa sociedade aparecem de forma exaltada e absurda e então decidi cita-lo aqui no blog.
A psicologa em questão diz que Cazuza é um péssimo exemplo para a sociedade, que so bebia, se drogava e participava de bacanais, que era um filhinho de papai e nunca teve que trabalhar e que so gravou disco porque sua familia era influente no mundo musical.
Mas então vem a pergunta, para que os cantores ou atores ou qualquer outro tipo de artista deveriam ser um exemplo para alguém?
Ou sou fã de Cazuza, do mesmo jeito que adoro Janis Joplin ou Amy Winehouse so para citar alguns, mas isso não faz de mim uma drogada ou ativa participante de bacanais, esse ultimo mais por pudor que por falta de vontade.
Ela se diz horrorizada principalmente pela filha adolescente ter visto o filme e assim se ver na condição de ter que explicar a menina que se drogar, beber ou participar dos ditos bacanais não é algo normal.
Prefiro passar por cima da comparação entre Cazuza e Fernandinho Beira Mar até porque é tão absurda que eu comecei sinceramente a pensar que alguém teria que dizer a psicologa em questão que drogas nao são boa coisa e podem provocar alucinações graves.
Mas o pior de tudo mesmo, aquele pedacinho que me tirou completamente do sério e aqui eu copio integralmente foi esse ai:
"Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário? "
Eu me engano e agora a drogada sou eu ou o Cazuza morreu de Aids? Uma doença atroz que mata um numero absurdo de pessoas a cada dia, que talvez e digo talvez porque so posso falar da realidade que conheço, dependa sim de uma melhor educação, menos puritana e mais realista e que explique para essa meninada por ai que camisinha é uma necessidade, que não existe ninguém livre deste perigo e tanto é assim que o grupo de pessoas contaminadas pelo virus do HIV que mais cresce é o das mulheres casadas.
Culpar os pais do Cazuza por ele ter morrido de Aids? Pelo amor de todos os deuses de onde essa mulher tirou tamanho absurdo?
Eu tenho 36 anos então Cazuza fez parte da minha adolescência, mas ficaram para mim duas coisas importantes desse homem: seu legado musical e sua coragem em afrontar uma doença que ainda hoje é um tabu. O cantor corajoso que subiu ao palco mesmo na fase terminal de sua doença e mostrou para quem quis ver o perigo que estavamos correndo todos, se atitudes sérias e coerentes com a realidade não fossem tomadas com urgência. E deixem de lado o falso moralismo, o celibato que ninguém é de ferro e principalmente a psicologa que essa sim deve usar e abusar de fungos alucinogenos poderosissimos!
P.S.: ponho os acentos que tenho no computador!
O texto chama o Cazuza de marginal. Por que usava drogas? Porque era gay? Por que era musico? Por que morreu de Aids?
Até ai consegui manter a calma mas o texto chega a um ponto onde todos aqueles valores morais puritanos que fazem parte da nossa sociedade aparecem de forma exaltada e absurda e então decidi cita-lo aqui no blog.
A psicologa em questão diz que Cazuza é um péssimo exemplo para a sociedade, que so bebia, se drogava e participava de bacanais, que era um filhinho de papai e nunca teve que trabalhar e que so gravou disco porque sua familia era influente no mundo musical.
Mas então vem a pergunta, para que os cantores ou atores ou qualquer outro tipo de artista deveriam ser um exemplo para alguém?
Ou sou fã de Cazuza, do mesmo jeito que adoro Janis Joplin ou Amy Winehouse so para citar alguns, mas isso não faz de mim uma drogada ou ativa participante de bacanais, esse ultimo mais por pudor que por falta de vontade.
Ela se diz horrorizada principalmente pela filha adolescente ter visto o filme e assim se ver na condição de ter que explicar a menina que se drogar, beber ou participar dos ditos bacanais não é algo normal.
Prefiro passar por cima da comparação entre Cazuza e Fernandinho Beira Mar até porque é tão absurda que eu comecei sinceramente a pensar que alguém teria que dizer a psicologa em questão que drogas nao são boa coisa e podem provocar alucinações graves.
Mas o pior de tudo mesmo, aquele pedacinho que me tirou completamente do sério e aqui eu copio integralmente foi esse ai:
"Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário? "
Eu me engano e agora a drogada sou eu ou o Cazuza morreu de Aids? Uma doença atroz que mata um numero absurdo de pessoas a cada dia, que talvez e digo talvez porque so posso falar da realidade que conheço, dependa sim de uma melhor educação, menos puritana e mais realista e que explique para essa meninada por ai que camisinha é uma necessidade, que não existe ninguém livre deste perigo e tanto é assim que o grupo de pessoas contaminadas pelo virus do HIV que mais cresce é o das mulheres casadas.
Culpar os pais do Cazuza por ele ter morrido de Aids? Pelo amor de todos os deuses de onde essa mulher tirou tamanho absurdo?
Eu tenho 36 anos então Cazuza fez parte da minha adolescência, mas ficaram para mim duas coisas importantes desse homem: seu legado musical e sua coragem em afrontar uma doença que ainda hoje é um tabu. O cantor corajoso que subiu ao palco mesmo na fase terminal de sua doença e mostrou para quem quis ver o perigo que estavamos correndo todos, se atitudes sérias e coerentes com a realidade não fossem tomadas com urgência. E deixem de lado o falso moralismo, o celibato que ninguém é de ferro e principalmente a psicologa que essa sim deve usar e abusar de fungos alucinogenos poderosissimos!
P.S.: ponho os acentos que tenho no computador!
05/10/2007
Alguns meses atras se alguém me perguntasse como seria ficar sem internet a resposta era: Nao seria, pois nao me imagino sem internet!
E voilà que estou a quase dois meses desconectada do mundo virtual e ainda nao morri, nao fiquei louca, nao ando tendo surtos psicoticos e ainda consegui me informar um pouquinho lendo jornais e revistas quando tenho dinheiro para comprar.
Meu email tem simplesmente 400 mensagens nao lidas e que nao serao lidas porque achei mais facil deletar tudo,e o blog tadinho, ou esta tentativa de blog, esta tao abandonado que eu pensei que ele nao existisse mais.
O bom disso tudo e que estou com um montao de ideias novas, tenho vontade de escrever e estou escolhendo umas fotos muito legais pra colocar por aqui. Entao quando a Freebox que é o meu novo provedor decidir das os ares da sua graça la em casa eu conseguirei colocar minha vida virtual em dia.
Mas so Deus sabe quando...
P.S.: teclado em francês!
E voilà que estou a quase dois meses desconectada do mundo virtual e ainda nao morri, nao fiquei louca, nao ando tendo surtos psicoticos e ainda consegui me informar um pouquinho lendo jornais e revistas quando tenho dinheiro para comprar.
Meu email tem simplesmente 400 mensagens nao lidas e que nao serao lidas porque achei mais facil deletar tudo,e o blog tadinho, ou esta tentativa de blog, esta tao abandonado que eu pensei que ele nao existisse mais.
O bom disso tudo e que estou com um montao de ideias novas, tenho vontade de escrever e estou escolhendo umas fotos muito legais pra colocar por aqui. Entao quando a Freebox que é o meu novo provedor decidir das os ares da sua graça la em casa eu conseguirei colocar minha vida virtual em dia.
Mas so Deus sabe quando...
P.S.: teclado em francês!
21/08/2007
Mia Couto deveria ser leitura obrigatoria em todas as escolas onde se estuda a lingua portuguesa. Sua forma de brincar com o idioma, de recriar nossos sentimentos com palavras e expressões que so se podem entender sentindo, seu profundo respeito pelo ser humano, pelo menos o que transparece na sua obra, faz com que cada livro lido seja um novo presente, um novo redescobrir dessa lingua que é a minha e pela qual tenho tanto amor.
Para quem não sabe, Mia Couto é um escritor Moçambicano nascido em 1955, foi jornalista durante a guerra pela independência do Moçambique e é também biologo e professor.
Então por favor, nada de correr pra livraria comprar o ultimo best porcaria que esta na lista da VEJA, coloque um vestido de algodão, prepare um cha bem gostoso, sente na poltrona mais confortavel ou numa deliciosa rede e pegue um livro desse moço ai. Pode ter certeza que quando chegar na ultima pagina a tua existência sera mais real, as tuas noites mais estreladas, e o teu coração vai transbordar de significâncias.
Vai la logo! Ta fazendo o que? Ainda na frente do computador?
P.S.: ponho so os acentos que tem no teclado
18/08/2007
Gosto e Desgosto
Tem umas mulheres no mundo que me deixam louca, louca de raiva e de desgosto.
Pra começar tem as mulheres que acham que sao menininhas, aquelas que falam mole, que fazem beicinho, e que usam sempre a frase: vou pedir pro meu marido (ou namorado) pra ver se ele deixa.
Isso me mata. Depois de séculos tentando ter uma minima autonomia, depois de tanta mulher queimada na fogueira as desgraçadas se comportam como se tivessem 5 anos e tivessem que pedir a permissão para o macho da casa.
Tem também aquelas que suprem no guarda-roupa aquilo que falta dentro do cérebro; não lêem porque: livros no Brasil custam uma fortuna! Não se instruem porque acham que cultura rima com esnobismo mas se passarem uma semana sem comprar um vestidinho ou um sapatinho ou uma blusinha terão que gastar uma fortuna no psicanalista para resolver a depressão.
Ai na lista vêm aquelas que nâo conseguem ficar sozinhas, que se sentem "um lixo" se não tiverem um caboclo do lado, que são incapazes de ter vida fora do universo do casal, que vivem relações deprimentes, tristes, sem nenhuma perspectiva de felicidade mas que pensam que "ruim com ele pior sem ele".
E depois as vitimas, aquelas pobres criaturas que vieram ao mundo pra ser injustiçadas, que ninguém entende e que se você decide manda-las pra putaqueopariu elas começam a chorar ou pior, dizem não entender a tua raiva, a tua maldade, essas sinceramente eu gostaria de esquartejar.
Mas pior de todas, aquelas que merecem a cadeira elétrica, a injeção letal são as que se calam, que se calam diante das injustiças cometidas cada dia contra outras mulheres, que diante de uma cena de discriminação seja ela religiosa, racial, social ou sexual, viram o rostinho pro lado porque preferem não saber, que fecham os olhos diante da violência, da dor do proximo, para essas ai mes amis, uma morte rapida e sem muita choradeira que este mundo precisa de espaço pra gente menos futil, menos burra e menos irresponsavel.
P.S.: o teclado é francês então coloquei os acentos que encontrei!
Pra começar tem as mulheres que acham que sao menininhas, aquelas que falam mole, que fazem beicinho, e que usam sempre a frase: vou pedir pro meu marido (ou namorado) pra ver se ele deixa.
Isso me mata. Depois de séculos tentando ter uma minima autonomia, depois de tanta mulher queimada na fogueira as desgraçadas se comportam como se tivessem 5 anos e tivessem que pedir a permissão para o macho da casa.
Tem também aquelas que suprem no guarda-roupa aquilo que falta dentro do cérebro; não lêem porque: livros no Brasil custam uma fortuna! Não se instruem porque acham que cultura rima com esnobismo mas se passarem uma semana sem comprar um vestidinho ou um sapatinho ou uma blusinha terão que gastar uma fortuna no psicanalista para resolver a depressão.
Ai na lista vêm aquelas que nâo conseguem ficar sozinhas, que se sentem "um lixo" se não tiverem um caboclo do lado, que são incapazes de ter vida fora do universo do casal, que vivem relações deprimentes, tristes, sem nenhuma perspectiva de felicidade mas que pensam que "ruim com ele pior sem ele".
E depois as vitimas, aquelas pobres criaturas que vieram ao mundo pra ser injustiçadas, que ninguém entende e que se você decide manda-las pra putaqueopariu elas começam a chorar ou pior, dizem não entender a tua raiva, a tua maldade, essas sinceramente eu gostaria de esquartejar.
Mas pior de todas, aquelas que merecem a cadeira elétrica, a injeção letal são as que se calam, que se calam diante das injustiças cometidas cada dia contra outras mulheres, que diante de uma cena de discriminação seja ela religiosa, racial, social ou sexual, viram o rostinho pro lado porque preferem não saber, que fecham os olhos diante da violência, da dor do proximo, para essas ai mes amis, uma morte rapida e sem muita choradeira que este mundo precisa de espaço pra gente menos futil, menos burra e menos irresponsavel.
P.S.: o teclado é francês então coloquei os acentos que encontrei!
13/08/2007
Amor en dos tiempos
I
Mi pedazo de dulce de alfajor de almendra
mi pajaro carpintero serpiente emplumada
colibri picoteando mi flor bebiendo mi miel
sorbiendo mi azucar tocandome la tierra
el anturio la cueva la mansion de los atardeceres
el trueno de los mares barco de vela
legion de pajaros gaviota rasante nispero dulce
palmera naciendome playas en las piernas
alto cocotero tembloroso obelisco de mi perdicion
totem de mis tabues laurel sauce lloron
espuma contra mi piel lluvia manantial
cascada en mi cauce celo de mis andares
lus de tus ojos brisa sobre mis pechos
venado jugueton de mi selva de madreselva y musgo
centinela de mi risa guardian de los latidos
castañuela cencerro gozo de mi cielo rosado
de carne de mujer mi hombre vos unico talisman
embrujo de mis petalos deserticos veni otra vez
llamame pegame contra tu puerto de olas roncas
llename de tu blanca ternura silenciame los gritos
dejame desparramada mujer.
II
Campanas sonidos ulular de sirenas
suelto las riendas galopo carcajadas
pongo fuera de juego las murallas
los diques caen hechos pedazos salto verde
la esperanza el cielo azul sonoros horizontes
que abren vientos para dejarme pasar :
« Abran paso a la mujer que no temio las mareas del amor ni los huracanes del desprecio »
Vencio el vino añejo em tinto el blanco
salieron brotaron las uvas con su piel suave
redondez de tus dedos lloves sobre mi
lavas tristeza reconstruis faros bibliotecas
de viejos libros con hermosas imagenes
me devolves el gato rison Alicia el conejo
el sombrero loco los enanos de Blanca nieves
el lodo entre los dedos el halito de infancia
estas en la centella en la ventana desde donde
nace el arbol tropo tacitas te quiero te toco
te descubro caballo gato luciernaga pipilacha
hombre desnudo diafano tambor trompeta
hago musica
bailo taconeo me desnudo te envuelvo me envuelves
besos besos besos besos besos besos besos besos
silencio sueño.
I
Mi pedazo de dulce de alfajor de almendra
mi pajaro carpintero serpiente emplumada
colibri picoteando mi flor bebiendo mi miel
sorbiendo mi azucar tocandome la tierra
el anturio la cueva la mansion de los atardeceres
el trueno de los mares barco de vela
legion de pajaros gaviota rasante nispero dulce
palmera naciendome playas en las piernas
alto cocotero tembloroso obelisco de mi perdicion
totem de mis tabues laurel sauce lloron
espuma contra mi piel lluvia manantial
cascada en mi cauce celo de mis andares
lus de tus ojos brisa sobre mis pechos
venado jugueton de mi selva de madreselva y musgo
centinela de mi risa guardian de los latidos
castañuela cencerro gozo de mi cielo rosado
de carne de mujer mi hombre vos unico talisman
embrujo de mis petalos deserticos veni otra vez
llamame pegame contra tu puerto de olas roncas
llename de tu blanca ternura silenciame los gritos
dejame desparramada mujer.
II
Campanas sonidos ulular de sirenas
suelto las riendas galopo carcajadas
pongo fuera de juego las murallas
los diques caen hechos pedazos salto verde
la esperanza el cielo azul sonoros horizontes
que abren vientos para dejarme pasar :
« Abran paso a la mujer que no temio las mareas del amor ni los huracanes del desprecio »
Vencio el vino añejo em tinto el blanco
salieron brotaron las uvas con su piel suave
redondez de tus dedos lloves sobre mi
lavas tristeza reconstruis faros bibliotecas
de viejos libros con hermosas imagenes
me devolves el gato rison Alicia el conejo
el sombrero loco los enanos de Blanca nieves
el lodo entre los dedos el halito de infancia
estas en la centella en la ventana desde donde
nace el arbol tropo tacitas te quiero te toco
te descubro caballo gato luciernaga pipilacha
hombre desnudo diafano tambor trompeta
hago musica
bailo taconeo me desnudo te envuelvo me envuelves
besos besos besos besos besos besos besos besos
silencio sueño.
Gioconda Belli
11/08/2007
Graças a Deus minha insônia voltou. Eu ja estava até ficando preocupada, como vou passar a noite inteira na internet se estava dormindo como qualquer filho de Deus?
Mas agora que fico acordada até cinco da manhã e depois passo o dia insultando pobres turistas e aumentando neles a certeza que "todo francês é mal educado" mesmo eu nao sendo nem de longe uma nativa destas terras, posso tentar levar a sério este blog.
Vou ser uma pessoa melhor, tentar dar continuação a tudo o que começo, e a partir de hoje eu vou postar um texto por aqui pelo menos três vezes por semana, promessa!
Mas agora que fico acordada até cinco da manhã e depois passo o dia insultando pobres turistas e aumentando neles a certeza que "todo francês é mal educado" mesmo eu nao sendo nem de longe uma nativa destas terras, posso tentar levar a sério este blog.
Vou ser uma pessoa melhor, tentar dar continuação a tudo o que começo, e a partir de hoje eu vou postar um texto por aqui pelo menos três vezes por semana, promessa!
24/07/2007
Café Nostalgia
Amar es lo que me impide amar con rutina. Porque cuando amo me doy demasiada cuenta de lo que estoy sintiendo, ya que siempre vuelvo a enamorarme con aquella intensidad profética de la adolescencia. Samuel habrá sido la última prueba? Vivir es lo que me inhibe vivir con despreocupación, porque yo vivo todo con un exceso de sensaciones. Me agrada que el sol penetre en mi piel hasta que los poros se abran en condenadas ampollas, disfruto que el mar arrugue mi carne con sus olas como navajas saladas, que el aire produzca infección en mis lagrimales y el pus se endurezca en legañas o postillas, disfruto tragar polvo, sentir en mi garganta el cosquilleo del alto nivel de polución. Y claro, vivir de esa manera tan física, tan trascendental, me aniquila; entonces me refugio en los libros. Leer me impulsa a leer. La lectura es la señal de que aún poseo inocencia, de que todavía puedo preguntar. Preguntar, a quién? cuando voy por la mitad de un libro por fin dejo de ser yo. Porque leyendo sueño. Pero leer, soñar y besar en los labios es vivir con mi yo, dentro de mi yo. Aprecio la melancolía del yo. Existe una extraña seducción entre tu yo y el mío, entre el yo de aquel que por convencionalismos morales o traumas sociales restará importancia al yo íntimo del otro. Leer es lo único que puede hacer coincidir las soledades sin que nuestro ego predomine por encima de las épocas, los sitios, la costumbre del otro. Aceptar al prójimo no es lo mismo que tolerarlo, es una verdad de Perogrullo que hemos desdeñado demasiado aprisa. En el verbo tolerar está ímplicita la censura. Todavía el hecho de leer permite, anque a duras penas, a causa de constituir una vivencia cultural, la aceptación del otro yo, y en el más afortunado e inteligente de los casos admitimos mezclarlo con el nuestro. Aceptamos el miedo a la muerte, el cual asumimos como un suceso culto.
Zoé Valdés in Café Nostalgia
Zoé Valdés in Café Nostalgia
21/07/2007
Thierry Henry
19/07/2007
Congonhas
18/07/2007
correção
Na postagem anterior escrevi sobressaltos com um s só. Vai aí a correção e meu pedido de desculpas.
Robert Desnos
Robert Desnos é um poeta surrealista francês nascido em 1900 em Halles. Libertário apaixonado, Desnos combateu contra as tropas nazistas e foi deportado para Auschwitz em abril de 1944.
Em 1945, foi mandado a Terezin, na Tchecoslovaquia onde morreu.
Admirado pelos surrealistas com quem rompeu em 1927 por não querer se engajar ao partido comunista, é considerado um dos mais importantes nomes da poesia francesa do século XX.
Je chante ce soir non ce que nous devons combattre
Mais ce que nous devons défendre.
Les plaisirs de la vie.
Le vin qu'on boit avec les camarades.
L'amour.
Le feu en hiver.
La rivière fraîche en été.
La viande et le pain de chaque repas.
Le refrain que l'on chante en marchant sur la route.
Le lit où l'on dort.
Le sommeil, sans réveils en sursaut, sans angoisse du lendemain.
Le loisir.
La liberté de changer de ciel.
Le sentiment de la dignité et beaucoup d'autres choses.
Dont on refuse la possession aux hommes.
Robert Desnos (fevriér 1938)
Eu canto esta noite não aquilo que devemos combater
Mas o que devemos defender.
Os prazeres da vida.
O vinho que bebemos com nossos camaradas.
O amor.
O fogo no inverno.
O córrego fresco no verão.
A carne e o pão de cada refeição.
O refrão que cantamos quando marchamos pela estrada.
A cama onde dormimos.
O sono, sem acordar em sobresaltos, sem a angustia do amanhã.
A diversão.
A liberdade de mudar de céu.
O sentimento da dignidade e muitas outras coisas.
Que refusamos aos homens a sua possessão.
(tradução literal )
Em 1945, foi mandado a Terezin, na Tchecoslovaquia onde morreu.
Admirado pelos surrealistas com quem rompeu em 1927 por não querer se engajar ao partido comunista, é considerado um dos mais importantes nomes da poesia francesa do século XX.
Je chante ce soir non ce que nous devons combattre
Mais ce que nous devons défendre.
Les plaisirs de la vie.
Le vin qu'on boit avec les camarades.
L'amour.
Le feu en hiver.
La rivière fraîche en été.
La viande et le pain de chaque repas.
Le refrain que l'on chante en marchant sur la route.
Le lit où l'on dort.
Le sommeil, sans réveils en sursaut, sans angoisse du lendemain.
Le loisir.
La liberté de changer de ciel.
Le sentiment de la dignité et beaucoup d'autres choses.
Dont on refuse la possession aux hommes.
Robert Desnos (fevriér 1938)
Eu canto esta noite não aquilo que devemos combater
Mas o que devemos defender.
Os prazeres da vida.
O vinho que bebemos com nossos camaradas.
O amor.
O fogo no inverno.
O córrego fresco no verão.
A carne e o pão de cada refeição.
O refrão que cantamos quando marchamos pela estrada.
A cama onde dormimos.
O sono, sem acordar em sobresaltos, sem a angustia do amanhã.
A diversão.
A liberdade de mudar de céu.
O sentimento da dignidade e muitas outras coisas.
Que refusamos aos homens a sua possessão.
(tradução literal )
16/07/2007
Brasil, Brasil
Hoje faz um mes exatamente que estou no Brasil, um mes que vendo jornal nacional fico desesperada torcendo por uma, so uma noticia boa, mas nada!
Politico corrupto e bandido, que no fundo e tudo a mesma coisa.
Depois tem tambem a outra possibilidade de entretenimento que e participante do big brother que vira gala nacional. O que e isso minha gente?
Sera que nao dava para uma vez, uma so, colocar na televisao uma mocinha que tem mais cerebro que bunda? Ou quem sabe um politico que roubou so um pouquinho, mas tao pouquinho que a gente ate pensa que ele foi legal, que deu uma mao para a saude, para a educacao pelo amor dos deuses porque nao da pra viver so de 'pao e circo'?
Mas acho que nao vai dar nao, o jeito vai ser me conformar com as ultimas ferias da Ana Maria Braga na Europa ou com o ultimo casamento da Ivete Sangalo.
Mas dai eu me pergunto, e isso mesmo que o povo gosta? Sera que a Rede Bobo e outras redes bobinhas teriam tanto exito se um livro nao custasse uma fortuna ou se na escola os professores gostassem tanto de ler mas tanto mesmo que os meninos se empolgariam e decidiriam passar mais tempo na biblioteca que assistindo coco pela teve? Ou quem sabe fossem so duas novelas por noite e de repente um programinha inteligente no horario nobre, so para variar?
P.S.: Este teclado e gringo e nao tem acento nao!
Politico corrupto e bandido, que no fundo e tudo a mesma coisa.
Depois tem tambem a outra possibilidade de entretenimento que e participante do big brother que vira gala nacional. O que e isso minha gente?
Sera que nao dava para uma vez, uma so, colocar na televisao uma mocinha que tem mais cerebro que bunda? Ou quem sabe um politico que roubou so um pouquinho, mas tao pouquinho que a gente ate pensa que ele foi legal, que deu uma mao para a saude, para a educacao pelo amor dos deuses porque nao da pra viver so de 'pao e circo'?
Mas acho que nao vai dar nao, o jeito vai ser me conformar com as ultimas ferias da Ana Maria Braga na Europa ou com o ultimo casamento da Ivete Sangalo.
Mas dai eu me pergunto, e isso mesmo que o povo gosta? Sera que a Rede Bobo e outras redes bobinhas teriam tanto exito se um livro nao custasse uma fortuna ou se na escola os professores gostassem tanto de ler mas tanto mesmo que os meninos se empolgariam e decidiriam passar mais tempo na biblioteca que assistindo coco pela teve? Ou quem sabe fossem so duas novelas por noite e de repente um programinha inteligente no horario nobre, so para variar?
P.S.: Este teclado e gringo e nao tem acento nao!
27/06/2007
Porque O labirinto de Arianna e não O novelo de Arianna? Porque o labirinto era dela e acabou. Por que sem ela Teseu nao entraria na historia, ou seria só mais um homem insignificante que tentou e nao entrou. O labirinto era dela, o novelo era dela e a inteligência e a perspicacia de uma mulher que sem os musculos e sem espada e com aquele novelinho transformou um homem num herói.
25/06/2007
Le nozze di Cadmo e Armonia
Dioniso ritrovò Ampelo insanguinato nella polvere, ma ancora bello. I Sileni, in circolo, cominciarono il lamento. Ma Dioniso non poteva unirsi a loro. La sua natura non gli consentiva le lagrime. Pensava che non avrebbe potuto seguire Ampelo nell'Ade, perché era immortale: si riprometteva di uccidere con il suo tirso l'intera stirpe dei tori. Eros, che aveva preso l'aspetto di un irsuto Sileno, gli si avvicinò per consolarlo. Gli dise che il pungolo di un amore poteva essere guarito soltanto dal pungolo di un altro amore. Perciò guardasse altrove. Quando un fiore é reciso, il giardiniere ne pianta un altro. Eppure Dioniso ora piangeva, per Ampelo. Era il segno di un evento che avrebbe cambiato la sua natura, e la natura del mondo.
A quel punto le Ore si affrettarono verso la casa di Helios. Si preannunciava una scena nuova sulla ruota celeste. Occorreva consultare le tavole di Armonia, dove la mano primordiale di Fanes aveva inciso nella loro sequenza, gli eventi del mondo. Helios le indicò, affisse a una parete della sua casa. Le Ore guardavano la quarta tavola; c'erano il Leone e la Vergine, e Ganimede con una coppa in mano. Lessero l'immagine: Ampelo sarebbe diventato la vite. Colui che aveva portato il pianto al dio che non piange avrebbe anche portato delizia al mondo. Allora Dioniso si riebbe. Quando l'uva nata dal corpo di Ampelo fu matura, staccó i primi grappoli, li spremette con dolcezza fra le mani, con un gesto che sembrava conoscere da sempre, e si guardò le dita macchiate di rosso. poi le leccó. Pensava: Anche morto, non hai perso il tuo colore rosato. Nessun altro dio, non certo Atena col suo sobrio ulivo, e neppure Demetra col suo pane corroborante, avevano in loro potere qualcosa che si avicinasse a quel liquore. Era appunto ciò che mancava alla vita, che la vita aspettava: l'ebbrezza.
Roberto Calasso
A quel punto le Ore si affrettarono verso la casa di Helios. Si preannunciava una scena nuova sulla ruota celeste. Occorreva consultare le tavole di Armonia, dove la mano primordiale di Fanes aveva inciso nella loro sequenza, gli eventi del mondo. Helios le indicò, affisse a una parete della sua casa. Le Ore guardavano la quarta tavola; c'erano il Leone e la Vergine, e Ganimede con una coppa in mano. Lessero l'immagine: Ampelo sarebbe diventato la vite. Colui che aveva portato il pianto al dio che non piange avrebbe anche portato delizia al mondo. Allora Dioniso si riebbe. Quando l'uva nata dal corpo di Ampelo fu matura, staccó i primi grappoli, li spremette con dolcezza fra le mani, con un gesto che sembrava conoscere da sempre, e si guardò le dita macchiate di rosso. poi le leccó. Pensava: Anche morto, non hai perso il tuo colore rosato. Nessun altro dio, non certo Atena col suo sobrio ulivo, e neppure Demetra col suo pane corroborante, avevano in loro potere qualcosa che si avicinasse a quel liquore. Era appunto ciò che mancava alla vita, che la vita aspettava: l'ebbrezza.
Roberto Calasso
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